Governador de Nova Iorque sofre denúncia de assédio
Foto: Mike Groll/Governo de Nova York
Dois legisladores democratas do Estado de Nova York afirmaram neste domingo (7.mar.2021) que as denúncias de assédio sexual contra o governador Andrew Cuomo, feitas por 5 mulheres, minaram a sua habilidade de liderança e disseram que ele deveria renunciar. Andrea Stewart-Cousins, líder do Senado no Estado, disse que ele deveria deixar o cargo “pelo bem de Nova York”
O governador rechaçou os apelos, dizendo que não renunciaria por conta dessas acusações. “Não há o que me faça renunciar”, disse Cuomo.
O presidente da Câmara estadual, Carl Heastie, também emitiu comunicado em que diz compartilhar da visão de Stewart-Cousins “quanto à habilidade do governador em continuar a liderar o Estado”. “Temos muitos desafios para lidar, e acho que é hora de o governador considerar seriamente se pode efetivamente satisfazer as necessidades do povo de Nova York”, disse Heastie.
Cuomo, inicialmente elogiado pela gestão da pandemia em seu Estado, teve a imagem abalada perante a opinião pública. Uma de suas ex-assistentes, Lindsey Boylan, afirmou que o governador lhe deu um beijo na boca impulsivamente, uma acusação que ele negou.
“Agi de uma maneira que fez com que as pessoas se sentisse incomodadas, mas não foi intencional”, afirmou Cuomo, de 63 anos. “Sinto-me horrível com tudo isso e estou francamente envergonhado”, disse ele.
“Nunca toquei ninguém de forma inapropriada”, disse Cuomo na 4ª feira (3.mar). “Não foi intencional, e me desculpo sincera e profundamente”, complementou.
A procuradora-geral do Estado, Letitia James, chefia uma investigação sobre as acusações. No dia 1º de março, o governador autorizou formalmente que seja investigado, depois que duas ex-funcionárias o acusaram de condutas inapropriadas.
Horas depois, outra mulher, Anna Ruch, de 33 anos, disse que, diferentemente das outras denunciantes, nunca trabalhou com Cuomo, mas que durante um evento em 2019, ele colocou a mão em seu ombro e quando ela tirou, segurou seu rosto com as duas mãos e perguntou se poderia beijá-la.
Outra ex-assessora afirmou ao New York Times que o governador “se esforçou para tocar em seu traseiro, nos braços e nas pernas” e deu um beijo inesperado depois de uma reunião.
Outra mulher disse que o republicano às vezes a cumprimentava com um abraço e beijo nas duas bochechas, chamava-a de “querida”, beijava sua mão e perguntava se ela tinha um namorado.
Políticos democratas e republicanos se uniram às denunciantes e a associações da sociedade civil para exigir a saída do governador, cujo 3º mandato termina em 2022. Em teoria, ele poderia se candidatar mais uma vez para o 4º período de 4 anos.
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