Lula cita ofertas de procuradores a delatores envolvendo tribunais superiores
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A defesa de Lula apresentou novos diálogos da força-tarefa da Lava-Jato ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (22). A partir do novo material, os advogados afirmam que os procuradores de Curitiba planejavam condicionar a aceitação de delações premiadas ao envolvimento de ministros dos Tribunais Superiores. Conforme os detalhes desses menções, seria calibrada, inclusive, a concessão de benefícios ao delator.
O material faz parte das mensagens hackeadas da Lava-Jato que foram apreendidas na Operação Spoofing. “Novos diálogos analisados revelam, ainda, que os membros da ‘força tarefa’ planejaram condicionar a aceitação de novas delações e da concessão dos prêmios a ela relacionadas à citação de nomes de Ministros dos Tribunais Superiores. Havia a exigência de que os ‘anexos’ das delações fossem refeitos de acordo com as orientações recebidas da ‘força tarefa’, afirmam os advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins.
Como exemplo, a defesa de Lula usa um diálogo de 27 de junho de 2017, mantido entre os procuradores Antonio Carlos Welter e Jerusa Viecili, que integraram a força-tarefa do Paraná.
Em um conversa em que tratam da tentativa do ex-presidente da empreiteira OAS Elmar Varjão de fazer delação, Welter escreve: “Pondera que ele teve duas oportunidades para vir e não quis antes. (sic) que vamos analisar se ele fica, ou não. Espia se estão os ministros do STJ, ou se ele continua com papo mole”.
No diálogo, o mesmo procurador disse um pouco antes: “Mas se for papo mole e não vier judiciário, vai de volta”.
O acordo com Elmar Varjão não avançou e ele não se tornou delator.