Marqueteiro de Pazuello na Saúde larga o osso
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Responsável pelo marketing do Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello, Marcos Eraldo Arnoud Marques foi exonerado nesta quinta-feira do cargo de assessor especial da pasta. Conhecido como Markinho Show, ele assumiu oficialmente o posto em 20 de janeiro, mas já atuava informalmente como marqueteiro da Saúde a convite de Pazuello desde dezembro. Em pouco tempo, o assessor acumulou críticas pela condução da comunicação na escalada da crise da pandemia da Covid-19.
Em uma carta de despedida enviada por WhastsApp, Markinho rebateu as críticas. “Saio com a cabeça erguida, sem deixar nada que desabone minha conduta como profissional, técnico e cidadão brasileiro. Não guardo mágoas, mesmo sabendo que tiveram pessoas que no decorrer dos trabalhos travaram, procrastinaram, sabotaram, fizeram de tudo para tentar prejudicar o trabalho como um todo”, escreveu.
Ao GLOBO, Markinho informou que, agora, terminará de escrever o livro “O voto pela emoção” e se dedicará a fazer palestras e consultoria política. O marqueteiro chegou ao Ministério da Saúde depois de comandar campanhas eleitorais em pequenas cidades. Em 2018, o paraense de 45 anos trabalhou para eleger o bolsonarista Antonio Denarium ao governo de Roraima, onde foi secretário de Comunicação até o começo deste ano. Foi lá que conheceu e se tornou amigo de Pazuello.
Além do marqueteiro, também deixaram a Saúde após a demissão de Pazuello o advogado Zose Hardman, que atuava como assessor para assuntos jurídicos, e o ex-deputado federal Airtor Soglio, conhecido como Cascavael, que era apontado como homem forte da pasta.
No texto de despedida, Markinho fez a defesa da gestão do ex-ministro no enfrentamento à pandemia e disse que “Pazuello arrumou a casa”. “Pazuello fez sim muito por nessa batalha e se teremos mais brasileiros vivos e protegidos, devemos sempre nos lembrar dele”, defendeu o ex-assessor.
Na quarta-feira, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a transferência para a Justiça comum do Distrito Federal do inquérito que investiga o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O caso foi aberto a partir da crise na saúde pública de Manaus, que registrou falta de oxigênio medicinal em hospitais em janeiro. Lewandowski explicou na decisão que, como Pazuello deixou o cargo, perdeu também o direito ao foro privilegiado.