Ministério da Saúde volta a falsificar dados da covid
Foto: Bruno Kelly/Reuters
O Ministério da Saúde passou a exigir informações como CPF, número do cartão nacional do SUS (CNS) e a nacionalidade de pacientes com Covid-19 –e fez o número de registro de óbitos despencar.
O governo de São Paulo foi o primeiro a detectar o problema. A coluna apurou, no entanto, que o problema alcança todo o país.
Um técnico do Ministério da Saúde confirmou as informações à coluna. E disse que haveria um problema de instabilidade já reportado ao Datasus, que cuida do sistema de informações da pasta.
A inserção do CPF não estaria puxando os dados do paciente automaticamente, como deveria passar a fazer com a atualização. A pasta estaria realizando novos testes para melhorar o acesso ao sistema.
De acordo com o mesmo técnico, o Datasus estaria retirando a obrigatoriedade de inserção dos dados, por causa da instabilidade.
Na terça,o número de mortes registradas em São Paulo chegou a 1.021. Nas últimas 24 horas, ele despencou para 281.
A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo enviou ofício nesta quarta (24) ao ministério questionando a decisão de mudança nos critérios de registro de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave no sistema Sivep Gripe (Sistema de Informação de Vigilância da Gripe), onde estão incluídos os doentes com Covid-19.
A secretaria diz que não foi “comunicada previamente a respeito da atualização da ficha”. Diz ainda que recebeu relatos de cidades do estado que não conseguiram registrar todos os óbitos no sistema nacional e de instabilidade do próprio Sivep Gripe.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, os municípios terão que preencher também informações sobre a vacinação dos pacientes.
“O erro apresentado nestas funções impacta diretamente no monitoramento e encerramento dos casos e óbitos confirmados para Covid-19, divulgados diariamente por esta SES/SP”, diz o texto enviado pela secretaria ao Ministério da Saúde.
“Aguardamos as providências para o restabelecimento da normalidade, com a brevidade que a situação epidemiológica requer”, segue o documento. Ele é assinado por Tatiana Lang D’Agostini e Regiane A. Cardoso de Paula.
A coluna procurou o Ministério da Saúde e não teve retorno até a publicação desta nota.