Miriam Leitão tenta comparar Lula a Bolsonaro e leva invertida de diplomata
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Ao entrevistar o diplomata Roberto Abdenur para a GloboNews, na tarde desta segunda-feira, a comentarista Miriam Leitão tentou comparar a política externa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o então ministro Celso Amorim à do agora ex-“chanceler” Ernesto Araújo, que deixou o governo de Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (29). Mas Miriam foi corrigida ao vivo pelo ex-embaixador do Brasil na Alemanha (1995-2002) e nos Estados Unidos (2004-2007). Segundo ele, a gestão de Araújo foi “a pior coisa” que aconteceu nos últimos 70 ou 80 anos em política externa brasileira. “É difícil comparar Lula com Bolsonaro. O governo Bolsonaro, com a gestão Ernesto Araújo, foi muito prejudicial ao Brasil”, disse Abdenur.
“Lula cometeu certos erros, questões de ênfase, direcionamentos aqui e ali, mas deixou um legado correto em política externa”, afirmou. “Vi Lula dialogando com outros estadistas mundiais, americanos, europeus, de igual para igual. Diferentemente da postura de submissão em que Bolsonaro, com a gestão de Ernesto Araújo, se colocou em relação a Trump.”
Segundo ele, a política externa do governo Lula se manteve “no seu leito normal de defesa objetiva dos interesses brasileiros”. O diplomata acrescentou que fez apenas a um “aspecto lateral” da condução do Itamaraty pelo petista, por conter “um certo elemento de ideologia do lado esquerdo”. “Mas agora, no externo oposto, fomos longe demais na ideologia de extrema direita, com graves prejuízos aos interesses do Brasil.”
Na opinião de Abdenur, ao se colocar como “admirador e entusiasta” das políticas do ex-presidente dos Estados Unidos Unidos Donald Trump, cometeu grave erro, porque “a política externa brasileira passou a mimetizar, imitar”, as ações do republicano. Na avaliação do diplomata, como a da quase unanimidade de analistas, jamais um presidente da República do Brasil colocou o país em condição de “tamanha humildade perante outro chefe de governo”.
Ernesto Araújo foi um principais representantes da “ala ideológica” de Bolsonaro e responsável por minar toda a credibilidade do Brasil com outros países. Sua saída foi exigida pelo Congresso Nacional, por sua desastrosa gestão e, com ela, dificultar o acesso do Brasil às vacinas contra a covid-19.
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