Bolsonaristas mantêm ataque a Presidente e relator da CPI
Foto: Editoria de Arte/ O Globo
Não é só em Brasília que a CPI da Covid no Senado está provocando furor. Os grupos bolsonaristas no WhatsApp também estiveram em polvorosa nesta quinta-feira. Os ataques à comissão e seus principais participantes começaram logo pela manhã. O presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), foi o principal alvo.
Apoiadores de Bolsonaro passaram o dia disseminando o suposto envolvimento de Aziz em casos de exploração sexual infantil. De fato, o hoje senador figurou na lista de uma CPI sobre o tema no início dos anos 2000, quando era vice-governador do Amazonas. Ele foi acusado de ter pago por um programa com uma adolescente de 15 anos em 2003. Seu nome, no entanto, acabou retirado da comissão.
Bolsonaristas também exploraram acusações feitas no passado a Aziz, incluindo supostos desvios na área da Saúde no Amazonas, e uma operação que prendeu sua esposa e três irmãos por organização criminosa e lavagem de dinheiro em 2019. “Parece brincadeira, mas este é o senador que está presidindo a CPI da Covid no Congresso. Ele e a família inteira são investigados por roubalheira na saúde de MS (sic). A bandidagem julgando crimes! Como pode isso?”, questionou um militante.
A bile, claro, não ficou reservada ao senador amazonense. Outros membros da comissão também foram atacados. Alvo constante dos bolsonaristas, Renan Calheiros também figurou nas mensagens e posts de seguidores do presidente inconformados com sua permanência na relatoria da comissão, endossada por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski.
“Tem que ter outro relator para fazer outro parecer final! Usem o regimento interno! Essa CPI só tem ilegalidades, a começar pelo relator”, reclamou um bolsonarista.
”Olhem como o sistema opera: uma CPI composta por grandes representantes do povo! Renan, Jader, Randolfinho, a grande corte suprema STF e, por trás de todos, o homem mais honesto do universo! O 01 terá que ficar em alerta máximo! Guerra!!!”, escreveu outro, referindo-se ao filho mais velho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Adeptos da ideia de ruptura institucional, os bolsonaristas comemoraram uma nota divulgada pelo Clube Militar, composto por militares da reserva. O texto se refere ao Supremo e à CPI da Covid como “trevas de poder devastador” que visam culpar Bolsonaro por ações que ele teria sido impedido de coordenar pelo STF, embora a Corte não tenha isentado a União de sua responsabilidade no combate à pandemia.
O trecho mais compartilhado traz referências ao artigo 142 da Constituição Federal, erradamente interpretado pelo bolsonarismo como um mecanismo constitucional para intervir militarmente no Supremo e no Congresso – a Carta não diz nada disso.
“Portanto se neste cenário atual, o Poder Executivo (é) único dos três poderes que está sendo obrigado a seguir a constituição à risca, que utilize o Art. 142 da Constituição Federal (vigente) para restabelecer a ordem”, diz trecho do comunicado, que termina com o slogan de Bolsonaro, “Brasil acima de tudo”.
A mudança do discurso nos grupos mostra o tamanho da preocupação que a CPI provoca no bolsonarismo. Quando se formou a CPI, incluindo os repasses de recursos federais para estados e municípios entre os objetos de investigação, os seguidores chegaram a celebrar a instauração da CPI como uma vitória de Jair Bolsonaro.
A agitação, o tom de revolta e ameaça golpista de agora mostra que a narrativa de alguns dias atrás já caiu por terra. No bolsonarismo, agora, a CPI e seus membros são inimigos a serem combatidos, sinônimos de muitos problemas para o governo federal.
Por Johanns Eller
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