China começa a pôr estação espacial em órbita
Foto: Xinhua / Ju Zhenhua/Reprodução
A China enviou ao espaço nesta quinta-feira, 29, o módulo central de sua estação espacial, dando início a uma série de missões para concluir sua construção até o fim de 2022. O foguete Long March-5B Y2, levando o módulo Tianhe, decolou do Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na costa da ilha de Hainan, à 0h23 (horário de Brasília).
O Tianhe tem comprimento de 16,6 metros, diâmetro de 4,2 metros e pesa 22,5 toneladas. O nó central pode acoplar até três espaçonaves por vez para estadias curtas, ou duas para estadias longas. Atuará como o centro de gerenciamento e controle da estação espacial Tiangong, palavra que em português pode ser traduzida como “Palácio Celestial”.
A Tiangong terá forma de T, com o módulo central e duas cápsulas de laboratório – uma em cada lado. Operará na órbita baixa da Terra a uma altitude de 340 quilômetros a 450 quilômetros. Estima-se que terá vida útil de 10 anos, mas especialistas acreditam que pode durar mais de 15 anos com manutenção e reparos adequados.
A estadia mais longa dos astronautas chineses no espaço até agora é de 33 dias. Pelo menos 12 deles estão em treinamento para viver na estação, incluindo veteranos de missões anteriores. A primeira missão tripulada, a Shenzhou-12, está prevista para junho.
Após cinco missões previstas para este ano, a China planeja mais seis, incluindo o lançamento dos módulos de laboratório Wentian e Mengtian, duas espaçonaves de carga e duas tripuladas, no ano que vem, para terminar a construção da Tiangong. Quando concluída, a Estação Espacial Chinesa deverá pesar cerca de 66 toneladas, consideravelmente menor do que a Estação Espacial Internacional, que lançou o seu primeiro módulo em 1998 e pesa cerca de 450 toneladas.
O lançamento ocorre no momento em que a China também está avançando em missões sem tripulação, particularmente na exploração lunar, e pousou um rover no lado escuro da Lua. Em dezembro, a sonda Chang’e 5 trouxe rochas lunares de volta à Terra pela primeira vez desde as missões dos EUA na década de 1970.
Enquanto isso, uma sonda chinesa carregando um rover deve pousar em Marte em meados do próximo mês, tornando a China o segundo país a conseguir isso depois dos EUA. A sonda espacial Tianwen-1 está orbitando o planeta vermelho desde fevereiro enquanto coleta dados. Seu rover Zhurong estará procurando evidências de vida. Outro programa chinês visa coletar solo de um asteroide.
A China planeja outra missão em 2024 para trazer amostras lunares e disse que quer levar pessoas à Lua e possivelmente construir uma base científica lá. Nenhum cronograma foi proposto para esses projetos.
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