EUA começam a flexibilizar uso de máscaras
Foto: Angela Weiss/AFP
Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira, 27, mudanças nas diretrizes para o uso de máscaras no país. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), americanos que já tiverem sido totalmente vacinados poderão deixar de usar o acessório ao ar livre enquanto estiverem caminhando, correndo ou andando de bicicleta sozinhos, com membros da sua família ou ainda se estiverem participando de pequenas reuniões.
O anúncio foi feito pelo presidente Joe Biden junto com outras autoridades federais nesta terça-feira, 27, que afirmou que o anúncio é consequência da campanha pública de vacinação em massa dos adultos americanos. O objetivo é vacinar a grande maioria até o verão americano, de forma a oferecer garantias de que algum tipo de normalidade possa retornar.
Apesar do avanço, o CDC continua com uma série de restrições aos vacinados nos EUA. O uso de máscara deverá continuar em grandes eventos ao ar livre como shows e eventos esportivos, e também em lugares fechados como shoppings e cinemas. Além disso, o distanciamento social ainda precisará ser respeitado e é aconselhado evitar grandes reuniões e locais com pouca ventilação.
O uso de máscara tem sido uma questão delicada no país desde o início da pandemia. Muitos governadores e até o próprio presidente Donald Trump chegaram a estimular os americanos a não usar a proteção.
Apesar da comprovação científica de que seu uso pode frear a disseminação do vírus, a questão no país ficou confusa e passou a variar muito de estado para estado. O estado do Texas, por exemplo, já aboliu a obrigatoriedade de máscara em qualquer estabelecimento, ao mesmo tempo que Nova York estimula o uso até mesmo ao ar livre, alegando a ameaça de variantes mais contagiosas.
O ritmo de vacinação teve passo fundamental para a adoção das novas medidas por parte do governo federal. Com mais de 40% do país vacinado, a chance de alguém ficar seriamente doente por causa da Covid-19 cai ainda mais. Há também evidências de que os imunizados podem ter uma probabilidade menor de transmitir o vírus a outras pessoas, porém os estudos ainda estão em estágios iniciais.
Alguns especialistas questionam as novas diretrizes, alegando que é confuso estabelecer diferentes normas para aqueles que já foram vacinados, uma vez que não é possível definir com exatidão quem já recebeu as duas doses de quem ainda não foi vacinado.
“Não é como se você pudesse ir até algum lugar público e perguntar se aquela pessoa foi vacinada ou não. Aqueles que ainda não foram imunizados poderão tirar a máscara e ninguém vai conseguir verificar”, disse Monica Gandhi, especialista em doenças infecciosas da Universidade da Califórnia, ao New York Times.
Um crescente número de pesquisas indica que a propagação do vírus é muito menor em ambientes externos do que internos. Ao ar livre, o vírus se dispersa rapidamente, dificultando a transmissão em contatos breves. A maior parte dessas pesquisas, porém, se deu antes da vacina estar disponível.
Um estudo recente examinou a taxa de transmissão do novo coronavírus e outros vírus respiratórios em indivíduos não vacinados e concluiu que menos de 10% das infecções ocorreram em ambientes externos, enquanto ambientes internos apresentam taxa 18,7 vezes maior.
Os Estados Unidos seguem com o seu ritmo de vacinação muito intenso. Mais de 42% dos americanos já receberam ao menos a primeira dose da vacina contra o coronavírus. No total, quase 141 milhões de doses já foram aplicadas em uma população composta por mais de 328 milhões de pessoas.
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