Primeira sessão da CPI é marcada por provocações
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Uma série de protocolos sanitários para tentar proteger os senadores e funcionários envolvidos da propagação do coronavírus foi um dos pontos de destaque da sessão de instalação da CPI da Covid. Na sala da comissão, os senadores tiveram que sentar de forma espaçada, com uma cadeira de distância entre cada um deles, respeitando o distanciamento social. O uso de máscaras foi obrigatório, apesar do senador Flávio Bolsonaro ter ficado um tempo sem o objeto. E recipientes de álcool em gel foram espalhados pela Mesa.
Os protocolos são similares aos usados pelo Senado no ano passado quando se reuniu de forma semipresencial para votações que devem ser secretas, como a indicação de autoridades. Foram instalados totens para que os parlamentares do grupo de risco pudessem votar sem precisar entrar no prédio — o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) usou o dispositivo.
Antes de entrar no edifício do Senado, todas as pessoas tiveram a temperatura aferida e preencheram a um questionário que, se respondido corretamente, indica suspeitas de casos de Covid-19. A imprensa, que geralmente tem acesso à sala onde os trabalhos da CPI são realizados, não pôde entrar no local e acompanhou a sessão em três televisores espalhadas pelo Senado.
Nos debates da comissão, senadores governistas defenderam que a CPI não deveria dar andamento aos trabalhos devido à pandemia. O líder do governo, Eduardo Gomes (MDB-TO), fez formalmente um pedido de que a comissão só funcionasse após a vacinação de todos os senadores. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) acompanhou a reivindicação, dizendo haver riscos para os parlamentares e funcionários. Ele sugeriu que se espere o fim da pandemia para fazer a investigação. Flávio está com o braço imobilizado por uma tipóia, pois sofreu um acidente enquanto viajava a passeio no Ceará.
O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), ironizou a fala do filho do presidente Jair Bolsonaro em relação ao risco para os senadores:
— Antes de qualquer coisa, acho importante comemorar a declaração do Flávio, porque afinal foi a primeira vez que ele demonstrou preocupação com aglomeração. Talvez ele esteja saindo do negacionismo.
Durante a sessão, o senador Eduardo Braga (AM), líder do MDB, citou o fato de Flávio estar usando máscara e ironizou que o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, surgiu sem o equipamento de proteção em um shopping de Manaus, no último final de semana.
— Eu quero parabenizar Vossa Excelência, porque Vossa Excelência está usando máscara no dia de hoje. Quero parabenizar. Vossa Excelência está diante de um álcool em gel. No domingo, o ex-ministro da Saúde estava desfilando no principal shopping da minha cidade, lamentavelmente, sem máscara, dando um péssimo exemplo ao povo amazonense — disse Braga.
Em outro momento, Flávio ironizou o fato de a bancada feminina não ter se insurgido contra a ausência de senadoras na composição da CPI. Eliziane Gama (Cidadania-MA) rebateu o filho do presidente:
— Não vamos admitir ironia machista contra as mulheres (…) Não usamos o argumento da autoridade. Usamos a autoridade do argumento.
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