Alto comando do Exército debocha de negacionismo de Pazuello
Foto: Reprodução/ Internet
Generais da ativa e da reserva ouvidos pelo blog demonstraram contrariedade com a defesa apresentada pelo general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, de que sua participação em ato com o presidente Jair Bolsonaro não era um evento político-partidário. Para eles, Pazuello tenta criar uma ‘realidade paralela’.
O ex-ministro da saúde participou de uma manifestação no Rio de Janeiro neste domingo (23) ao lado de Bolsonaro. Pazuello é general da ativa e o Regulamento Disciplinar do Exército considera transgressão: “Manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária.”
“Ele (Pazuello) tenta criar uma realidade paralela. Todo o Brasil assistiu o que aconteceu no domingo”, disse ao blog um general da reserva.
A grande preocupação no Exército é que o episódio sirva como um mal exemplo de insubordinação, criando um ambiente de politização nos quartéis.
No Comando do Exército há grande desconforto com o comportamento de Pazuello. Nas palavras de outro general da reserva, ele se deixou usar pelo presidente Jair Bolsonaro com o objetivo de enfraquecer a hierarquia.
Pazuello apresentou nesta quinta-feira (27) ao Exército a defesa no processo disciplinar que apura sua participação no ato com Bolsonaro.
O ex-ministro argumentou que o passeio de moto no Rio de Janeiro, no domingo (23), não era um evento político-partidário, que o país não está em período eleitoral, e que Bolsonaro não é filiado a partido político.
Ainda na defesa, Pazuello disse também ter a convicção de que não infringiu nenhuma norma do Regulamento Disciplinar do Exército.
O Exército abriu um procedimento disciplinar para apurar a conduta de Pazuello um dia depois do ato, e o prazo para apresentação de defesa era de dois dias. Agora, caberá ao comando do Exército decidir o que fazer. O prazo é de 30 dias.