Bolsonaro vincula Cristo a passeio de moto em SP
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O terceiro passeio de motos do qual Jair Bolsonaro pretende participar, no dia 12 de junho, em São Paulo, será organizado por simpatizantes evangélicos – uma das bases mais fiéis de apoio ao presidente, atraídas pela pauta conservadora e de costumes – e terá o nome de “Acelera para Cristo”. O evento já está sendo convocado por perfis e canais bolsonaristas nas redes sociais e no YouTube. Segundo os organizadores, o passeio com o presidente deverá ir do Sambódromo à Avenida Paulista.
Antes, Bolsonaro já havia participado de eventos com motociclistas em Brasília no dia 9 de maio e no Rio de Janeiro no dia 23, que reuniram milhares de simpatizantes e se transformaram em ato de apoio ao governo.
Os dois primeiros atos de Bolsonaro provocaram a reação da esquerda, que organizou no sábado, dia 29, protestos em várias cidades do país, inclusive São Paulo e Rio de Janeiro, para pedir o impeachment do presidente.
Nesta segunda-feira, 31, ao ser questionado por um apoiador sobre a “motosseata” em São Paulo, Bolsonaro disse que ficou “sabendo pela internet”. “Tem vários grupos organizando, estou sendo convidado por vários grupos. Vamos esperar, ver de quem é a organização, para decidir. Dia 12 tem esse encontro lá em São Paulo, que não é para mim, é o ‘Acelera para Cristo’, é isso?”, perguntou. Os apoiadores do governo, no entanto, confirmaram que o ato era para Bolsonaro, que afirmou que a agenda estaria disponível no dia e se mostrou disposto a participar.
Sobre os protestos do último final de semana, Bolsonaro chamou de “manifestação do PT” e disse que, se “falaram contra mim”, é um “sinal de que estamos no caminho certo”.
“Você sabe por que teve pouca gente nessa manifestação da esquerda na última semana? Porque a PF (Polícia Federal) e a PRF (Polícia Rodoviária Federal) estão apreendendo muita maconha pelo Brasil. Faltou erva para o movimento aí. Falto dinheiro também”, afirmou.
Anteriormente, Bolsonaro já havia dito que poderia realizar atos em São Paulo, estado governado por João Doria (PSDB), seu desafeto político. O presidente também falou que aguardava convites para fazer uma “motosseata” em Belo Horizonte e fez críticas ao prefeito da cidade, Alexandre Kalil (PSD), por ter adotado o fechamento do comércio para conter a pandemia. “Vi um vídeo do Kalil, ele falou que não tem problema andar de moto, de cavalo. Eu vi um vídeo dele, fechou demais, né? A destruição de empregos foi enorme, patrocinada por alguns prefeitos e governadores”, disse Bolsonaro, que é um crítico quase diário das políticas de isolamento social.