Com avanço das investigações, Bolsonaro admite manter “gabinete do ódio”

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Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Em evento sobre o 5G no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (5/5), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu a existência de um gabinete digital que atua em seu favor — conhecido como gabinete do ódio. O titular do Palácio do Planalto afirmou que seus assessores são “perseguidos” e que o grupo propaga a verdade.

O presidente citou nominalmente três assessores: o filho 02, Carlos Bolsonaro, e os servidores do Palácio do Planalto Tercio Arnaud e Mateus Sales Gomes.

“Na minha eleição, meu marqueteiro não ganhou milhões de dólares fora do Brasil. Ele é um simples vereador, o Carlos Bolsonaro. Há ainda o Tércio Arnaud [Thomaz] e o [José] Mateus Sales Gomes. São pessoas perseguidas o tempo todo, como se estivessem inventado um gabinete do ódio. Não há do que nos acusar. É um gabinete da liberdade, da seriedade.”

Vereador do Rio pelo Republicanos, Carlos Bolsonaro comanda a estratégia de comunicação do pai desde a campanha eleitoral de 2018. Depois que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência da República, o grupo ficou responsável pela comunicação no governo nas redes sociais, marcada por ataques a opositores do governo e a membros da imprensa.

O chefe do Executivo nacional disse ainda que vai colocar uma placa no gabinete para nomeá-lo de “Gabinete João 8:32”, em referência à passagem bíblica que diz: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. A frase se tornou lema da campanha de Bolsonaro e é repetida continuamente pelo mandatário para atacar a imprensa, a quem acusa de propagar mentiras.

A frase de Bolsonaro foi dita em discurso durante evento alusivo ao 5G, no Palácio do Planalto. Ao falar dos investimentos para implementar a tecnologia da internet de 5ª geração no Brasil, Bolsonaro disse que os recursos são necessários para que a população tenha acesso ao máximo de informações pelas redes sociais.

“Faremos isso [os investimentos], para que nossa população saiba o que acontece na ponta da linha, pelas redes sociais, que têm um papel excepcional no Brasil, inclusive nas eleições.”

Em seguida, o presidente se deslocou ao Congresso Nacional, onde participou de demonstrações das aplicações práticas do uso da nova tecnologia 5G Standalone no Brasil. A exibição contou com estandes das grandes empresas que vendem tecnologia 5G, como Huawei, Nokia e Qualcomm.

Metrópoles