Deputado bolsonarista diz que máscara apressou morte de Covas
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
A sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira, 17, foi bastante movimentada por conta de uma fala do deputado Giovani Cherini (PL), vice-líder do governo na Casa. O parlamentar afirmou que o câncer que vitimou o prefeito da capital paulista, Bruno Covas, neste final de semana pode ter sido agravado pelo uso constante de máscara de proteção contra a Covid-19. “Nós vamos ter uma matança de gente por usar máscara em praça, praia, em carro sozinho, de tanta doença mental que estão passando. Falaram tanto do nosso querido e saudoso Bruno Covas, que foi colega dele na Câmara, a máscara que ele usou durante toda a campanha pode ter prejudicado o câncer que ele teve, porque as células precisam de respiração. Respirar é ciência”, disse. A fala gerou repercussões imediatas e indignação de outros parlamentares. A deputada Sâmia Bomfim (PSOL) discutiu com a presidente da CCJ, Bia Kicis (PSL), dizendo que a fala do colega traz um “mal exemplo” para a população. Também do PSOL, Fernanda Melchionna lamentou que os parlamentares foram silenciados após a fala de Chierini.
“Porque o que o deputado disse aqui é um crime contra a saúde pública e contra a memória do Bruno Covas, que usou máscara como prefeito, como responsável que é e sempre orientou a população a fazê-lo”, afirmou. Pompeo de Mattos (PDT) também reclamou da fala do colega, acusando de negacionismo. “Dizendo que não precisa usar máscara, que o uso de máscara faz mal, que a pessoa não respira. Que o Bruno Covas morreu por conta do uso de máscara. Isso é um negacionismo inaceitável, é uma lição que não pode passar para a sociedade, pela Comissão de Ética com o nosso silêncio.” As máscaras são eficazes para conter a pandemia de coronavírus, que assola o mundo desde o ano passado. A medida é confirmada por órgãos de saúde e pela ciência.
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