Ex-chefe bolsonarista da Secom proibiu a palavra pandemia
Foto: Pablo Jacob / Agencia O Globo
Em agosto passado, a equipe das redes sociais da Secom do governo, comandada então por Fabio Wajngarten, recebeu a orientação de não usar a palavra “pandemia” nas postagens das contas oficiais do governo.
Além de expressa em conversas, a ordem foi manifestada em canal de comunicação interno. E a determinação foi cumprida, quase à risca.
No Twitter, a palavra “pandemia” acabou aparecendo apenas uma vez entre setembro e o dia da demissão de Wajngarten na conta @planalto; 8 na @govbr; e 14 na @SecomVc — um descuido, certamente.
A pandemia foi declarada pela OMS em março de 2020. Para não usar a palavra vetada, as postagens do governo trazem termos como “crise da Covid” e “crise sanitária”.
A orientação ocorreu em meio a uma mudança no discurso de Jair Bolsonaro. A partir de agosto de 2020, o presidente passou a pregar que a pandemia estaria no fim, mesmo sem qualquer evidência que sustentasse isso. Chegou a dizer que ela foi “superdimensionada” e que o Brasil foi “um dos países que menos sofreu”. O veto à “pandemia” continua valendo.