Freixo pede investigação de Bia Kicis por gastos com desinformação

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Foto: Pablo Valadares / Agência Câmara

O líder da minoria na Câmara, o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), afirmou nesta segunda-feira que vai entrar com um pedido para que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue os gastos da deputada Bia Kicis (PSL-DF) com sua verba parlamentar. A intenção é apurar se a bolsonarista financiou com o recurso do gabinete uma campanha de desinformação contra urna eletrônica brasileira.

Kicis é autora do projeto de lei que pretende instituir a volta do voto impresso nas eleições. O texto já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na qual a bolsonarista é a presidente. O GLOBO noticiou que Kicis já gastou até o momento R$ 12,5 mil da verba parlamentar na campanha pelo voto impresso, que propagou conteúdos com desinformação.

— Usar verba de gabinete para divulgar fake news contra a urna eletrônica significa gastar dinheiro público para atacar o sistema eleitoral. É crime contra o Estado Democrático de Direito cometido pela presidente da CCJ, comissão mais importante da Câmara, que deveria defender a Constituição — afirmou Freixo, que continuou: — Os bolsonaritas estão desesperados com a queda da popularidade do governo e por isso promovem uma campanha de mentiras contra o sistema eleitoral para inflamar sua base fanática e tentar repetir aqui em 2022 o que ocorreu no Capitólio no ano passado.

De acordo com a última pesquisa Datafolha, o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) alcançou seu menor índice de aprovação desde o início de seu mandato, 24%.

Freixo afirmou ainda que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para que a reportagem do GLOBO seja incluída no inquérito das Fake News.

O líder da minoria se posicionou contrário a volta do voto impresso, que poderia beneficiar a ação de criminosos para fiscalizar o voto de terceiros. A prática já foi usada por milicianos para influenciar que moradores de determinada região votem a favor do candidato apoio pelo grupo criminoso. Na época em que era deputado estadual no Rio, Freixo presidiu a CPI das Milícias.

— O voto impresso fortalece os currais eleitorais formados pelas milícias. Não importa que o eleitor não leve para casa o comprovante, o simples fato desse documento existir será usado pelo bandidos para promover o terror nas áreas dominadas por eles — afirmou.

O Globo