Governistas querem arrastar adversários para CPI
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Depois de discutir estratégias, governistas decidiram mirar esforços na aprovação de depoimentos de governadores na CPI da Pandemia. É porque os próximos nomes com depoimento marcado na Comissão têm capacidade de dificultar a vida do governo federal, como o ex-secretário de comunicação, Fábio Wajngarten, marcado para esta quarta-feira (12), e o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, previsto para semana que vem.
Governistas argumentam, no entanto, que a responsabilidade é múltipla. Até agora, há requerimentos para ouvir pelos menos 4 governadores: Wilson Lima, do Amazonas, João Doria, de São Paulo, Helder Barbalho, do Pará e Rui Costa, da Bahia. Esses estados registram investigações sobre desvios na compra de respiradores, uma das principais frentes que governistas querem abrir na comissão para retirar o foco do governo federal. “E qual o problema de chamar algum governador aqui? Queremos investigar o repasse dos recursos na compra de respiradores, oxigênio, abertura de leitos”, afirma o vice-líder de governo, Marcos Rogério, integrante da comissão.
Para o chamado grupo G7, não governista, o depoimento de governadores iria tumultuar os trabalhos. “Querem desmoralizar a CPI. Submeter pedidos a questionamentos na justiça porque qualquer governador pode obter uma liminar no STF para não depor na CPI”, afirmou o vice-presidente da Comissão, Randolfe Rodrigues, à CNN. Para ele, a insistência em ouvir diretamente os governadores pode atrapalhar o ritmo das investigações. Ele destaca que pelo regimento interno do Senado, uma CPI não pode investigar os Estados, ainda que a comissão apure o repasse de recursos federais para os gestores locais.
Parte do objetivo de envolver os estados na investigação já começou a ser colocada em curso. Na semana passada, a CPI aprovou a convocação de Marcellus Campêlo, atual secretário de Saúde do Amazonas, e de João Paulo Marques dos Santos, ex-secretário de Saúde do estado.
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