Maioria comprada da Câmara apoia o voto impresso
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Começa a se formar um consenso impensado na Câmara para a adoção da obsessão das obsessões de Jair Bolsonaro desde o ano passado: o voto impresso.
Na semana passada, Arthur Lira deu o o.k. para a instalação da comissão especial que vai analisar a PEC que torna obrigatório o voto impresso para auditar o voto eletrônico.
E qual a razão desse início de consenso a favor de uma obsessão bolsonarista? A lógica é que seria melhor aprovar essa PEC, que causa urticária em alas do TSE, para evitar confusão na eleição de 2022. Com ela aprovada, não daria margem a contestações descabidas.
Para ser aprovada, no entanto, a tramitação da PEC terá que correr contra o tempo: resta pouco mais de quatro meses pela frente até a data-limite para a aprovação de qualquer mudança na legislação que rege a eleição de 2022.
O voto impresso representa, na questão eleitoral, o que a cloroquina é para Bolsonaro na Covid: o remédio que ele receita para que ninguém bote em dúvida o resultado das urnas de 2022. Na verdade, é o próprio Bolsonaro quem põe essa interrogação no processo eleitoral.
Em março do ano passado, ele chegou a dizer que tinha provas de que a eleição dele em 2018 foi fraudada. As tais provas nunca apareceram. No sábado passado, disse que sem o voto impresso, o Lula ganharia na eleição por meio de fraude.