Mourão muda para “quase certeza” acusações a vítimas do Jacarezinho
Foto: Evaristo Sá/AFP
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira (7) que tem “quase certeza” de que os mortos em operação policial na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, eram “marginais”. Mourão deu a declaração à rádio CBN de Fortaleza.
A operação, realizada pela Polícia Civil na quinta (6), foi a mais violenta da história do Rio: 25 pessoas morreram. Uma delas era policial.
“Na entrada, um policial recebe um tiro na cabeça de um bandido que estava instalado em cima de uma laje. Isso aí é a mesma coisa que a gente tivesse combatendo em um país inimigo. Então, consequentemente, a partir daí houve esse combate de encontro. Eu tenho quase certeza absoluta, não tenho todos os dados disso, que os mortos eram marginais que estavam lá armados enfrentando a força de ordem”, afirmou o vice-presidente.
Em vídeos publicados em redes sociais e em relatos à Defensoria Pública, testemunhas afirmam que suspeitos foram executados.
O delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário operacional da Polícia Civil, disse não considerar que houve erros ou excessos na operação.
O escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) cobrou nesta sexta uma investigação independente sobre a operação policial no Jacarezinho.
O porta-voz dos Direitos Humanos da ONU, Rubert Colville, disse em entrevista coletiva em Genebra, na Suíça, que há um histórico de uso desproporcional e desnecessário da força pela polícia.
“Pedimos que o promotor conduza uma investigação independente e completa do caso de acordo com os padrões internacionais”, disse Colville.
Um dia após a chacina, manifestantes fizeram um protesto no Jacarezinho contra a operação policial.
Um pano preto foi erguido em uma das ruas que dão acesso à parte alta da comunidade.