PF quer ministro da Justiça na CPI da covid
Foto: Reprodução G1
O depoimento do ministro da Justiça, Anderson Torres, na CPI da Covid é visto pela Polícia Federal como ato decisivo para selar os rumos da relação entre a corporação e chefe da pasta. Para delegados ouvidos pela coluna, qualquer citação que Torres fizer à PF na CPI vai piorar a relação, que já está abalada por declarações que ele deu envolvendo o órgão.
O clima não está bom. Se Torres mencionar investigações que miram governadores e prefeitos, integrantes da PF avaliam se posicionar publicamente contra a conduta. O maior temor dos delegados é o uso político do órgão na CPI da Covid.
Delegados afirmam que Torres têm o direito de defender o governo Bolsonaro, mas que precisa manter a PF fora disso. Como informou a coluna, um mês depois de sua posse, Torres conseguiu entrar em rota de colisão com a PF ao afirmar, em entrevista à revista “Veja”, que vai requisitar dados de investigações que miram governadores. O material pode ser usado para abastecer senadores que formam a base de Bolsonaro na CPI da Covid.
Delegados afirmaram à coluna que a PF não vai compartilhar dados de investigações com terceiros sem que haja uma determinação judicial para isso.
A convocação do ministro da Justiça para depor na CPI foi apresentada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e pode ser votada hoje. Não há, porém, data para que o depoimento ocorra.