Aziz diz que denúncia de superfaturamento é a mais grave até agora
Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta quarta-feira (23) que o suposto esquema de pressão atípica e possível fraude na compra da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, talvez seja a denúncia mais grave recebida até agora pelo colegiado.
Irmão do deputado Luís Miranda (DEM-DF), Luis Ricardo Fernandes Miranda, que é servidor concursado do Ministério da Saúde, prestou depoimento ao Ministério Público Federal relatando que sofria pressão para agilizar a liberação da importação da vacina indiana. Ambos serão ouvidos pela comissão parlamentar de inquérito na sexta-feira (25), às 14h.
“Temos que ter muito cuidado porque talvez tenha sido a denúncia mais grave que a CPI recebeu. Por isso que eu preciso ter muita cautela, muita paciência e não passar a carroça nas frentes dos bois”, disse Aziz, a jornalistas, após se reunir com o G7, bloco de senadores independentes e de oposição que compõem o colegiado.
Ao jornal “O Globo”, o servidor disse que se encontrou pessoalmente com o presidente Jair Bolsonaro em março para denunciar as suspeitas sobre a importação do imunizante. De acordo com ele, o presidente se comprometeu a encaminhar o caso para a Polícia Federal.
O senador amazonense disse já ter solicitado informações para a Polícia Federal. “Eu pedi uma informação do diretor-geral da Polícia Federal se houve o pedido para investigar a compra da Covaxin. Se o presidente ligou para o diretor-geral da Polícia Federal e disse ‘ó, tem uma denúncia aqui feita pelo deputado Luís Miranda e pelo irmão dele e a gente quer saber se realmente tocaram essa investigação. É uma coisa natural. O presidente, se foi comunicado e tomou providência, ótimo. Se não tomou providências, é preocupante”, afirmou o presidente da CPI. “Se tudo aquilo que ele está falando for verdade ou parte for verdade, são gravíssimas as acusações”, completou.
Para Aziz, a questão é muito importante e precisa ser tratada com “delicadeza”. “Não podemos nos açodar nessas questões para que, mais tarde, o discurso que prevaleça seja o que a gente quer politizar, só quer investigar o governo. Então eu tenho que medir muito o que falo para que a gente não prejudique a CPI. Tenho que ter muito discernimento.”