Bolsonaro não se filia agora porque acha que seu “passe” vai encarecer

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Reprodução/Estadão

Enquanto o entorno do presidente avalia que já está passando da hora de ele se filiar a um partido, Jair Bolsonaro tem o seu próprio ritmo e não vê necessidade de pular na primeira canoa: acha que seu passe aumentará nos próximos meses. Embalado pelo recente resultado do PIB e com uma receita de programa social quase pronta para ir ao forno, Bolsonaro entende o tempo como aliado: partidos maiores vão procurá-lo quando a tempestade amainar e, mesmo se isso não acontecer, estará mais forte para exigir o controle total de siglas menores.

A aposta é arriscada, mas faz sentido. Se Bolsonaro for mesmo para o pequeno Patriota, não terá um Fundo Eleitoral para gastar às largas na campanha do ano que vem.

Os três partidos que Bolsonaro dá como certos numa coligação, PP, PL e Republicanos, têm dito nos bastidores que não ajudarão com recursos a candidatura presidencial.

Os três estão focados em turbinar bancadas no Congresso, em especial, na Câmara. Claro, mesmo fechando a torneira do dinheiro, esses três partidos podem garantir a Bolsonaro bom tempo TV, algo que ele não teve em 2018.

Agora, se ficarem com a vaga de vice na chapa ou mesmo se filiarem Bolsonaro, PP, PL e Republicanos terão de botar dinheiro na candidatura do presidente à reeleição…

A conta de padeiro nos bastidores é mais ou menos esta: R$ 10 milhões do Fundo Eleitoral são insuficientes para uma campanha presidencial, mas muito para as de deputados federais e de senadores.

Por isso, conselheiros políticos de Bolsonaro e dirigentes partidários insistiram para que o clã voltasse para o PSL, que estima ter R$ 500 milhões de fundo para torrar no próximo ano.

Flávio, inicialmente, era adepto dessa tese, mas costuma dizer: “Temos CPFs diferentes”.

O PP quer eleger entre 50 e 60 deputados em 2022 e anda conversando com insatisfeitos do DEM. O movimento é feito com cautela nos bastidores.

O documento que o MDB prepara mira o centro político e não pode ser chamado “Ponte para o Futuro 2”, diz o partido.

No dia 15 de maio último, a Fundação Ulysses Guimarães iniciou discussões sobre esse novo programa.

Estadão