CPI espera que Witzel incrimine Bolsonaro
Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
A programação de depoimentos na CPI da Covid segue nesta quarta-feira com a participação do ex-governador do Rio Wilson Witzel, que perdeu o cargo após um processo de impeachment motivado por acusação de crime de responsabilidade por suposto esquema de corrupção na área da Saúde. O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou ontem o não comparecimento de Witzel. Apesar da decisão, o ex-governador, que está em Brasília, confirmou que irá depor à comissão.
A participação de Witzel está marcada para às 9h. A expectativa dos parlamentares é que, na sessão de hoje, o ex-governador faça referências negativas ao presidente Jair Bolsonaro, já que ambos são inimigos políticos declarados. O ex-governador chegou a relacionar sua saída do cargo à suposta pressão por parte de Bolsonaro.
Amanhã, está previsto o depoimento do empresário Carlos Wizard. Ele está nos Estados Unidos acompanhando o tratamento médico de um parente. Advogados de Wizard tentaram, sem sucesso, que o depoimento fosse remoto.
Também amanhã, está marcado o depoimento do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Marques. O TCU enviou à Polícia Federal um pedido para que seja aberto inquérito policial destinado a apurar possíveis crimes praticados por Marques. O auditor é o autor do estudo paralelo que questionava o número de mortos por Covid-19 no Brasil citado por Bolsonaro recentemente e desmentido pelo tribunal. O pedido de abertura de inquérito foi assinado pela presidente do TCU, Ana Arraes, encaminhado diretamente ao diretor-geral da PF, Paulo Maiurino.
Na sexta-feira, será a vez das audiências com os médicos Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves, favoráveis ao tratamento precoce contra a Covid-19.