CPI vai interferir em eleições no Amazonas

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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

De comissão para investigar ações e omissões no combate à pandemia, a CPI da Covid teve muito pouco na sessão de ontem. O depoimento do deputado estadual Fausto Junior (MDB), relator da CPI da Saúde no Amazonas, converteu-se em palco antecipado para as eleições do Estado em 2022, com uma sequência de bate-bocas entre políticos locais, pouca informação e ameaças de lado a lado.

Os desentendimentos começaram quando os senadores pressionaram Fausto sobre a razão de ele não ter pedido o indiciamento do governador Wilson Lima (PSC). O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), foi quem mais insistiu nesse ponto. Fausto reagiu. “Todos os governadores investigados pela CPI, entre 2011 e 2020, mereciam ser indiciados, incluindo o Omar Aziz”, rebateu Fausto. O senador comandou o Estado entre 2010 e 2014.

Fausto deu a entender que todo o montante de R$ 1,5 bilhão, gasto desde 2011 com os chamados pagamentos indenizatórios, mecanismo usado pelo governo do Amazonas para contratação de serviços sem licitação, teria indícios de corrupção, incluindo a parcela referente ao governo de Aziz. O presidente da CPI reagiu e, na discussão, deu a entender que o deputado estadual estaria atuando de forma alinhada com o senador Eduardo Braga (MDB-AM), que também foi governador do Estado, compõe a CPI e igualmente tem interesse em voltar ao cargo de governador.

“A gente vai chegar lá no final e vocês vão ver quem é quem aqui”, afirmou Aziz fora do microfone. “Eu falo do seu governo e o senhor me ameaça de prisão, senador? Eu estou sendo ameaçado?”, perguntou Fausto Júnior.

O presidente da CPI passou então a questionar o deputado do Amazonas sobre sua relação com uma série de empresas e sobre suas viagens a São Paulo. “Irei quebrar o sigilo dessas empresas”, advertiu Aziz. Eduardo Braga, por sua vez, acusou Omar de estar “extrapolando” no uso de seus poderes como presidente. “Eu tenho direito de me defender”, devolveu Aziz.

O presidente da CPI acusou o depoente de perjúrio (juramento falso) e insinuou que Fausto teria sido beneficiado para poupar o governador do Amazonas, Wilson Lima, de responsabilidades pela crise sanitária. Depois, irritado, Aziz passou a questionar se Fausto reconhecia dois terrenos em um condomínio que estão em nome de Iara Lins dos Santos, mãe do deputado estadual – temas sem nenhuma relação com a CPI da Covid no Congresso Nacional. “Não vou comentar coisas pessoais, senador”, disse Fausto.

O depoimento acabou no início da tarde, mais cedo que de costume. Hoje, o colegiado recebe o empresário Carlos Wizard, acusado de ser um dos integrantes do “gabinete paralelo” que aconselhava o presidente Jair Bolsonaro na pandemia e o teria influenciado no apoio a medidas sem eficácia, como o tratamento precoce com cloroquina e outros medicamentos.

No plenário, mesmo com o requerimento para extensão dos trabalhos da CPI já tendo apoio de mais de 27 senadores (número necessário), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que somente decidirá após o vencimento do prazo atual, em agosto. “Por certo, será feita [a prorrogação] nessa ocasião, analisando as condições objetivas e subjetivas para tanto”, respondeu.

Valor Econômico

 

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