Desemprego no Brasil continua firme e forte
Foto: Getty Images/iStockphoto
A taxa de desemprego no país foi de 14,7% no trimestre fechado em abril, 0,4 ponto percentual acima do trimestre anterior, encerrado em janeiro (14,2%). Com isso, o número de desempregados teve alta de 3,4%, com mais 489 mil pessoas desocupadas. No total, são 14,8 milhões de pessoas buscando trabalho. A taxa e o número de desempregados são os maiores desde o início da série histórica, iniciada em 2012.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga a taxa todo mês usando trimestres móveis, que não correspondem necessariamente ao primeiro, segundo, terceiro e quarto trimestres do ano. Na divulgação anterior, do trimestre fechado em março, a taxa (14,7%) e o total de desempregados (14,8 milhões) já haviam sido recorde. Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua.
A população ocupada (85,9 milhões de pessoas) ficou estável em relação ao trimestre móvel anterior e caiu 3,7% (menos 3,3 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2020. O nível de ocupação (48,5%) continua abaixo de 50% desde o trimestre encerrado em maio do ano passado, o que indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.
Na comparação com o trimestre fechado em abril do ano passado, quando foram observados os primeiros efeitos da pandemia, o mercado de trabalho ainda registra perdas na ocupação, mas num ritmo menor.
Ainda registramos perdas importantes da população ocupada (-3,7%), mas já tivemos percentuais maiores, que chegaram a 12% no auge da pandemia. Estamos observando, portanto, uma redução no ritmo de perdas a cada trimestre. No computo geral, contudo, temos menos 3,3 milhões de pessoas trabalhando desde o início da pandemia.
Adriana Beringuy, analista da Pnad Contítua
Outro destaque da pesquisa foi a alta no total de pessoas subutilizadas, que são aquelas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial.
Esse contingente chegou a 33,3 milhões, o maior da série histórica, um aumento de 2,7% com mais 872 mil pessoas. A taxa de 29,7% também foi recorde, uma variação de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (29%).
A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas continua aumentando desde o trimestre encerrado em outubro. O crescimento dos subocupados é maior que o da população ocupada.
“Isso mostra que vem aumentando o número de trabalhadores que têm disponibilidade para trabalhar mais horas do que aquelas habitualmente trabalhadas”, disse Berenguy.
Os desalentados, que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado, somaram 6 milhões de pessoas, ficando estáveis em relação ao trimestre anterior, mas permanecem como maior patamar da série.
A taxa de informalidade foi de 39,8% no trimestre até abril, o que equivale a 34,2 milhões de pessoas, o que representa estabilidade em relação ao trimestre anterior (39,7%). Há um ano, o contingente era 34,6 milhões com uma taxa de 38,8%.
Os informais são os trabalhadores sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração.
A Pnad Contínua é realizada em 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.
Existem outros números sobre desemprego, apresentados pelo Ministério da Economia, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados são mais restritos porque consideram apenas os empregos com carteira assinada.
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