Mudanças climáticas afetam saúde humana
Foto: Carl de Souza/ AFP
Dados inéditos sobre o nexo alarmante entre as mudanças climáticas e prejuízos à saúde urbana no Brasil serão divulgados hoje, durante a primeira edição de 2021 do Diálogos – Futuro Sustentável, evento promovido pelo iCS – Instituto Clima e Sociedade e pela Embaixada da Alemanha.
Além dos impactos relacionados às mudanças ambientais (transmissão de doenças por mosquitos ou carrapatos) e aos sistemas sociais (doenças mentais advindas de conflitos em deslocamentos populacionais, desnutrição, insegurança alimentar, perdas econômicas geradas pelas alterações no clima), o destaque fica por conta da mortalidade e morbidade geradas pela poluição do ar por veículos, indústrias e queimadas. A pesquisa aponta que foi estimado um custo de US$ 1,7 bilhão anuais por mortes prematuras por poluição do ar em 29 capitais brasileiras.
A pesquisa cita um estudo realizado pela Fiocruz revelando que 60% do Material Particulado (MP) inalado no Brasil é proveniente da queima da floresta amazônica. E em 2019 houve 2.500 hospitalizações por mês de crianças na região amazônica em decorrência da poluição das queimadas.
Andreia Banhe, do CDP – Disclosure Insight Acton, vai apresentar os resultados do estudo “Mudança do Clima e Saúde Urbana – Impactos e Oportunidades para as Cidades Brasileiras”, envolvendo 92 municípios (totalizando aproximadamente 55 milhões de habitantes e representando 25% da população brasileira) acerca dos principais riscos à saúde causados por fatores ambientais.
Os dados serão apresentados no painel “Diálogos: o impacto das mudanças climáticas na saúde – políticas públicas e contexto internacional”, hoje, às 10h30, no canal do youtube do Instituto Clima e Sociedade. Mediado por Marina Marçal, coordenadora do Portfólio de Política Climática do Instituto Clima e Sociedade, vai reunir, além de Andreia Banhe, do CDP Latin America; Christovam Barcellos, da Fiocruz; e a alemã Laura Jung, da Global Climate Health Alliance.