Presidente da Câmara diz que Brasil pode ter que racionar energia
Foto: Luís Macedo/Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira que se reuniu com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para ouvir as ações que estão sendo adotadas para solucionar a crise energética causada pela falta de chuvas. Lira disse que as medidas adotadas serão “mais ou menos parecidas” com as de 2001.
Em 2001, o governo Fernando Henrique Cardoso precisou adotar medidas de racionamento de energia, com corte obrigatório do consumo e multa para quem não atingisse as metas estabelecidas. Agora, o governo Jair Bolsonaro prepara medida provisória (MP) no mesmo sentido.
“Não se falou em apagão. [Falou-se em] racionamento, uma economia. Infelizmente a gente não manda na chuva. E, quando teve a oportunidade de fazer o gás lá atrás, fez errado, tem que consertar”, disse Lira.
Durante a tramitação da Lei do Gás, parte das empresas e parlamentares defendiam a construção de gasodutos e usinas térmicas no interior do país, mas o governo foi contra e a proposta foi rejeitada. A proposta foi posteriormente incluída na MP de privatização da Eletrobras pela Câmara e está sob análise do Senado Federal.
Lira disse que pode haver aumento do preço da energia por causa das usinas térmicas movidas a combustível, mas que, se “houver conscientização dos setores em deixar de consumir em hora de pico”, essa medida ajudará a reduzir o impacto da crise energética.
“O problema agora é de gerenciamento, não é de lei. Gerenciamento de reservatórios, de outras escolhas [energéticas], de economia [de energia], de educação. Essas coisas você tem que conversar claramente, porque é melhor você ter um dano controlado do que um dano incontrolável, desorganizado”, afirmou.
Segundo o presidente da Câmara, a MP da Eletrobras dará segurança jurídica para o governo tomar algumas atitudes, “inclusive com algumas consequências que vão vir do Supremo [Tribunal Federal] também”, e tudo isso vem sendo conversado com os setores envolvidos.