Rapidez da vacinação em SP fragiliza Bolsonaro
Foto: Divculgação/Governo de São Paulo
A reação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, depois do anúncio da antecipação da vacina contra Covid em São Paulo não foi por acaso: o episódio explicitou a falta de coordenação nacional para imunização no país.
Nas palavras de um aliado do governo, será cada vez mais difícil explicar para a população porque em São Paulo a vacinação acontecerá até setembro, enquanto o prazo do governo federal para a imunização no país é apenas para o final do ano.
A percepção de parlamentares da base de sustentação é de que o governo já começa a ficar desgastado com as comparações.
Primeiro, com a dificuldade de justificar porque a vacinação está avançada em vários países, enquanto no Brasil ainda está lenta. O governo Bolsonaro ignorou várias propostas de laboratórios para compra de imunizantes, tema de investigação da CPI da Covid.
Mas agora o desgaste cresce porque dentro do próprio país há calendários diferentes nos estados e municípios.
Infectologistas ouvidos pelo blog nesses últimos dias defenderam uma coordenação nacional do Ministério da Saúde para adoção dos mesmos critérios em todo o país, priorizando a vacinação por faixa etária.
Após o anúncio da antecipação do calendário em São Paulo, o ministro Queiroga usou as redes sociais neste domingo (13) para dizer ao governador João Doria que o novo calendário só é possível de ser cumprido por conta da atuação do governo federal na distribuição de doses.
Doria respondeu: “Quanto recalque, ministro. Bom domingo e uma ótima semana. Por aqui, vacinando”.