Saída de Huck da corrida presidencial não tem efeito algum sobre o todo
Foto: Jefferson Coppola/VEJA
O apresentador de TV Luciano Huck, que vinha sendo cotado para ser candidato a presidente da República em 2022, desistiu oficialmente da disputa, em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, na noite de terça-feira, 15. Ele vai renovar contrato com a emissora e ser o substituto de Faustão na programação dos domingos. Mas qual é o impacto da saída de Huck da corrida presidencial?
Sem nunca ter se posicionado publicamente que era candidato e sem nunca ter feito campanha em torno disso, seu nome já vinha se desidratando junto ao eleitorado. Na sondagem feita pelo Paraná Pesquisas entre 22 e 26 de janeiro deste ano, por exemplo, ele chegava a ter 9,4% das intenções de voto – no último levantamento do instituto, entre 30 de abril e 4 de maio, ele variava entre 5,8% e 7,9% dependendo do cenário.
Em levantamento feito em março, quando já se cogitava que a sua candidatura poderia não se confirmar, o Paraná Pesquisas testou cenários sem o seu nome – nessa situação, ninguém era claramente beneficiado, e seus votos se dispersavam por candidatos variados, de Fernando Haddad (PT) a Jair Bolsonaro, passando por João Doria (PSDB), Sergio Moro e João Amoêdo (Novo).
Na última pesquisa presidencial feita, a XP/Ipespe, entre os dias 7 e 10 de junho, Luciano Huck aparece com apenas 4% das intenções de voto, e está empatado tecnicamente, dentro da margem de erro de 3,2 pontos percentuais, com um bloco de candidatos: Sergio Moro (7%), Ciro Gomes, do PDT (6%), Luiz Henrique Mandetta, do DEM (3%), João Doria, do PSDB (3%), e Guilherme Boulos, do PSOL (2%). Lula (32%) e Bolsonaro (28%) lideram.
Nesta pesquisa, a grande chance de Huck se apresentava em uma hipotética disputa no segundo turno contra Bolsonaro, quando conseguiria um empate técnico: 34% contra 37% do atual presidente. Neste cenário, 30% dos eleitores disseram que não votariam em nenhum dos dois.
Huck foi um dos seis signatários do manifesto assinado no último dia 31 de março por seis presidenciáveis de centro – além dele, Doria, Mandetta, Ciro, Amoêdo e o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB).
Sem Huck no páreo, partidos como Cidadania e Rede, com os quais o apresentador tinha maior proximidade, devem começar a acelerar as conversas com outros nomes desse bloco para tentar viabilizar uma candidatura para enfrentar os hoje favoritos Lula e Bolsonaro.