Servidor do TCU que informou dados falsos é convocado pela CPI

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Foto: Reprodução/ Internet

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou nesta terça-feira (8) que a comissão deve votar na quarta (9) a convocação do servidor do Tribunal de Contas da União (TCU) que elaborou uma nota sobre mortes por Covid.

Randolfe deu a informação após ter participado de um encontro com o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e outros integrantes da comissão.

O documento elaborado pelo servidor apontou suposta “supernotificação” de mortes por Covid e foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro na segunda-feira (7) como se tivesse sido produzido pelo próprio TCU.

No entanto, o tribunal desmentiu o presidente e negou ter sido autor do relatório. Bolsonaro, então, admitiu ter errado na declaração.

Além disso, o TCU decidiu apurar a conduta do servidor e informou que o documento refletiu somente a “análise pessoal” desse auditor. O corregedor do tribunal, Bruno Dantas, afirmou que, se for comprovado que o servidor quis “induzir” as investigações, a punição será “exemplar”.

Para Randolfe, a convocação de Alexandre Silva Marques é necessária porque ele teria adulterado informações do TCU sobre mortes por Covid-19.

“A atuação de alguém adulterando o número de óbitos da Covid-19 em um documento interno do TCU é algo muito grave. E nós queremos saber as razões”, afirmou o vice-presidente da CPI.

O senador Humberto Costa (PT-PE) apresentou um requerimento para convocar Alexandre Silva Marques.

O parlamentar quer explicações sobre o suposto “estudo paralelo” que teria apontado que “metade das mortes pela Covid-19 no país não ocorreram”.

Na sessão desta terça-feira, quando a CPI ouviu novamente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, Omar Aziz (PSD-AM), presidente do colegiado, já havia defendido a convocação de Alexandre Silva Marques.

Convocações e quebras de sigilo
De acordo com senadores que participaram da reunião desta terça, também devem ser votadas as convocações de:

Osmar Terra (MDB-RS), deputado;

Felipe Cruz Pedri, secretário de Comunicação Institucional do Ministério das Comunicações;

José Alves Filho, representante de laboratório que produz ivermectina;

Renato Spalicci, representante da Apsen, laboratório que produz hidroxicloroquina.

Também devem votar as quebras de sigilos de dados e telefônicos de

Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde;

Filipe Martins, assessor da Presidência;

Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde;

Zoser Hardman Araújo, que assessorou juridicamente Pazuello na pasta;

Luciano Dias Azevedo, médico que teria participado de reunião para alteração da bula da cloroquina;

Alexandre Silva Marques, servidor do TCU.

Wilson Lima

Na reunião desta terça, os senadores também discutiram a possibilidade de o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), conseguir não comparecer à CPI.

O depoimento está previsto para a próxima quinta-feira (10), e Lima pediu ao Supremo Tribunal Federal que reconheça o direito dele de não comparecer à comissão.

Caso isso ocorra, a CPI deve ouvir a médica Ludhmila Hajjar, que chegou a ser cotada para ser a substituta de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde. Entretanto, os senadores ainda não sabem qual seria o formato do depoimento de Ludhmila.

Eles dizem que a médica tem sofrido ataques nas redes sociais e avaliam não expô-la em uma sessão da CPI. O depoimento poderia ser dado por vídeos gravados por Ludhmila ou por escrito.

G1