TCU propõe mudança de estratégia da CPI com auditor falsário
Foto: Jefferson Rudy
Integrantes da cúpula do G7, grupo majoritário de senadores na CPI da Covid, foram aconselhados a postergar o depoimento do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Marques, marcado para a próxima quinta-feira. Marques é apontado como responsável pelo documento que nega o número de mortos na pandemia da Covid-19. A falsa análise do auditor foi usada por Bolsonaro para questionar a quantidade de vítimas da doença no Brasil, que hoje ultrapassa a marca de 488 mil mortos.
A avaliação de integrantes do TCU feita para os senadores é de que a melhor estratégia seria coletar o depoimento depois que a investigação da corte avançasse em frentes como quebras de sigilo e depoimentos de outros auditores. Uma das linhas de apuração do tribunal é saber se Marques defendeu o interesse do Palácio de Planalto em outros temas e documentos junto ao TCU. Para isso, a comissão responsável pela apuração dentro da corte de contas ouvirá auditores que trabalharam com Marques. Ministros do TCU sugeriram aos parlamentares que peçam o acesso à investigação do tribunal, para depois realizarem a audiência com base nesses elementos.
Como informou a coluna, a comissão instaurada para investigar o auditor é considerada “linha duríssima” por ministros da corte.
A preocupação dos senadores, no entanto, é não ter outro depoimento que preencha o calendário já previsto na CPI. Além de Marques, está marcado para depor na quinta-feira o empresário Carlos Wizard. A comissão quer saber qual foi o papel dele no grupo que orientou Bolsonaro sobre medidas para combater a pandemia. Nos Estados Unidos, Wizard solicitou o depoimento por videoconferência.