Wizard apela ao STF para poder ignorar CPI
Foto: Anna Carolina Negri/Valor
A defesa do empresário Carlos Wizard acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra as medidas pedidas pela CPI da Covid após ele faltar ao depoimento marcado para esta quinta-feira.
Como ele não compareceu à comissão, os senadores aprovaram a condução coercitiva e a apreensão do passaporte de Wizard, que está nos Estados Unidos, assim que ele desembarcar no país.
Na véspera, o ministro Luís Roberto Barroso garantiu o direito ao empresário de ficar calado, mas não dispensou a sua presença na CPI e não autorizou que o depoimento fosse realizado por videoconferência.
A defesa do bilionário alegou que, diante da decisão de Barroso, o empresário carecia de “tempo hábil mínimo para deslocamento até o Brasil”.
“Como a decisão foi proferida na noite de ontem [quarta-feira], nada mais razoável que solicitasse à Comissão investigatória a designação de um novo dia e horário para cumprimento de sua convocação, a fim de que pudesse organizar sua viagem, voo e suporte para seu familiar em tratamento médico que acompanha”, informa a petição.
Os advogados argumentaram que pediram para que o depoimento fosse remarcado “dentro da conveniência e calendário daquela Comissão investigativa”, mas que, mesmo assim, os senadores optaram por adotar “medida restritiva de direito e de liberdade” contra Wizard.
O empresário é apontado como um dos integrantes do chamado “gabinete paralelo”, que aconselharia o presidente Jair Bolsonaro na pandemia, pregando o uso da cloroquina e a não obrigatoriedade da vacina.