Bolsonaristas criam rede social que permite fake news sobre tudo
Foto: Reprodução
Bolsonaristas passaram a convocar aliados a migrar a uma nova rede social criada por um ex-conselheiro de Donald Trump para acolher militantes de direita e extremistas barrados pelas principais plataformas por descumprimento das regras de conduta.
O GETTR foi lançado neste domingo, 4, por Jason Miller, porta-voz do ex-presidente americano na campanha de 2016 e um dos seus conselheiros na disputa à reeleição em 2020.
Não é a primeira vez que bolsonaristas e militantes da extrema-direita fazem campanha de migração para plataformas que não restringem conteúdos. O Gab e o Parler já foram propagandeados por esses grupos no Brasil, recentemente.
No entanto, as investidas acabam funcionando apenas para alimentar a retórica de que são perseguidos por Twitter, Facebook e Instagram. Na prática, os bolsonaristas não chegam a fechar as próprias contas nas redes principais, onde está a grande massa de usuários.
Entre as propostas da nova rede estão “rejeitar a cultura do cancelamento” e não banir usuários por suas “opiniões políticas”. A data de lançamento foi escolhida para “independência das gigantes do Vale do Silício”. Assim como as demais, ela permite publicações, comentários, likes e republicações.
“Foi lançada a GETTR, a nova rede social de Trump, e eu já estou lá. Mais uma rede em defesa da liberdade. Acesse, se inscreva e me siga”, publicou o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).
Diferentemente do que afirma Flávio, a rede social não é um novo negócio de Trump. Banido do Twitter, o ex-presidente dos Estados Unidos nem tem conta oficial no GETTR. O filho Zero Um de Jair Bolsonaro já acumula mais de 25 mil seguidores. No Twitter, tem 1,6 milhão.
Com mais de 20 mil seguidores, o perfil do presidente Jair Bolsonaro no GETTR ainda não foi identificado como oficial.
O blogueiro Allan dos Santos também tem incentivado seus seguidores a aderirem ao novo site. Ele é um dos alvos de inquérito aberto por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para apurar indícios de que uma organização criminosa com atuação digital funciona para “atentar contra a democracia e o Estado de Direito”. Apesar de dizer que é censurado pelo Twitter, ele continua ativo na rede. Deputados bolsonaristas também são suspeitos de integrarem a organização.
As investidas contra as principais plataformas coincidem com a perda de espaço das narrativas bolsonaristas nesses espaços. O monitoramento feito pela consultoria AP Exata sobre o “sentimento” dos internautas nessas redes aponta que as menções negativas (62%) a Bolsonaro são mais volumosas do que a positivas (38%), segundo os dados mais recentes.
Além disso, há mais de um ano as publicações favoráveis ao presidente Bolsonaro não são em sua maioria positivas. O monitoramento em tempo real indica que outubro de 2020 foi a última vez em que as menções positivas ao presidente superaram as negativas.
Em meados do ano passado, o Facebook derrubou uma rede de contas inautênticas ligadas a perfis bolsonaristas. Apesar de os aliados do presidente terem alegado perseguição à direita, a plataforma não analisou o conteúdo publicado, mas descumprimento de regras básicas de conduta, como “utilizar várias contas”, “encobrir a finalidade de uma página enganando os usuários sobre a propriedade”, “falsificação de identidades” e “aumentar artificialmente a popularidade do conteúdo”. No mês passado, a PF pontuou que algumas das contas eram acessadas do Palácio do Planalto e do endereço da família Bolsonaro, na Barra do Tijuca, Rio de Janeiro.
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No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.
O Blog da Cidadania representou contra grandes grupos de mídia na Justiça e no Ministério Público por práticas abusivas contra o consumidor, representou contra autoridades do judiciário e do Legislativo, como o ministro Gilmar Mendes, o juiz Sergio Moro e o ex-deputado Eduardo Cunha.
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