Bolsonaro mostra que sua crítica a “excesso” de ministérios era politiqueira
Foto: Reprodução
Durante sua eleição o presidente Jair Bolsonaro prometeu que governaria com no máximo 15 ministérios. No entanto, o governo Bolsonaro começou com 22 pastas e agora conta com 23 ministérios.
Desde a posse, o presidente já recriou o Ministério das Comunicações e nesta quarta-feira (28) editou uma medida provisória para recriar o Ministério do Trabalho e da Previdência. Nesse período, o Banco Central perdeu o status de ministério.
Bolsonaro recebeu do ex-presidente Michel Temer uma estrutura com 29 pastas: 23 ministérios, duas secretarias e quatro órgãos com status de ministério.
Na proposta de governo registrada em 2018 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro defendeu a redução ministerial e criticou o que chamou de “loteamento do Estado”. Para o então candidato, “o país funcionará melhor com menos ministérios”.
“Um número elevado de ministérios é ineficiente, não atendendo os legítimos interesses da nação. O quadro atual deve ser visto como o resultado da forma perniciosa e corrupta de se fazer política nas últimas décadas, caracterizada pelo loteamento do Estado, o popular ‘toma lá-dá-cá’”, defendeu Bolsonaro há pouco menos de três anos.
No entanto, três meses depois, em janeiro de 2019, empossou 22 ministros no Palácio do Planalto, incluindo o presidente do Banco Central, órgão até então com status de ministério.
Em junho de 2020, Bolsonaro anunciou a recriação do ministério das Comunicações, elevando o número de pastas a 23.
Com a sanção da lei que estabeleceu a autonomia do Banco Central em fevereiro deste ano, o presidente Roberto Campos Netto perdeu status de ministro. Atualmente a esplanada conta com 22 ministérios.
Com a recriação do Ministério do Trabalho, o governo Bolsonaro tem oito pastas a mais do que o prometido aos eleitores em 2018.
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