Generais de pijama criticam golpismo de Braga Netto
Foto: REUTERS/Adriano Machado
Causou desconforto entre generais da reserva ouvidos pelo Blog a manifestação política do ministro da Defesa, Braga Netto, pela pauta bolsonarista do voto impresso.
A percepção interna é que Braga Netto erra ao se manifestar sobre o tema, mesmo para negar qualquer ameaça à realização de eleições no próximo ano.
A percepção é que o ministro se alongou muito na nota e nas manifestações. Ele assumiu publicamente a defesa da tese do presidente Jair Bolsonaro ao afirmar que “todo cidadão deseja a maior transparência e legitimidade no processo de escolha de seus representantes no Executivo e no Legislativo em todas as instâncias”.
Generais que foram contemporâneos de Braga Netto avaliam que esse tipo de manifestação pode trazer enorme prejuízo às Forças Armadas por abrir espaço para a politização dos quartéis.
“Não cabe ao ministro da Defesa esse tipo de manifestação política”, ressaltou um general quatro estrelas.
Esses generais reforçaram a posição do vice-presidente Hamilton Mourão de que não há qualquer dúvida sobre a normalidade das eleições no próximo ano.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta quinta-feira noticiou que o ministro Braga Netto mandou um recado por meio de um interlocutor ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que, sem a aprovação do voto impresso, não haveria eleições em 2022.
“Essa informação tratou de um assunto fundamental para a democracia – realização de eleições. Claro que vai haver eleições. Qualquer tentativa de impedir eleições tem que ter investigação e responsabilização de acordo com a lei. Isso é fundamento democrático. Tem que aplicar a lei desde já”, disse ao Blog o general da reserva Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo.
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