Militares se expuseram a críticas ao entrarem na política

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Foto: Andre Dusek/Estadão

O estresse provocado pela nota das Forças Armadas rebatendo Omar Aziz pode ser resumido em expressão popular dita à Coluna por um sábio do STF com trânsito nos mundos político e jurídico: quem participa do bailão não pode reclamar de pisão no pé. Ou seja, os militares topam se embrenhar na administração pelas mãos de Jair Bolsonaro e, portanto, devem deixar de lado melindres e ilusões de que são intocáveis. Em linhas gerais, a reação militar às críticas de Aziz uniu políticos e ministros da Corte de diferentes grupos pela democracia.

O que motivou a cúpula militar a soltar a nota atacando Aziz (PSD-AM) foi ele ter falado em lado podre das Forças Armadas. Mesmo que o senador tenha deixado claro não se tratar do conjunto, os comandantes entenderam ser uma generalização absurda.

Se ele tivesse falado nominalmente de Eduardo Pazuello ou de Elcio Franco, exemplificou um interlocutor de Braga Netto, não teria havido problema. Aziz trouxe para o rolo até a Marinha, até agora distante de denúncias.

Quem esteve com Braga Netto diz que ele estava cuspindo marimbondos. O perfil do ministro da Defesa é muito diferente do de seu antecessor, Fernando Azevedo e Silva, demitido por não sair em defesa de Jair Bolsonaro.

Ainda na noite de quarta-feira, 7, Braga Netto fez esses marimbondos chegarem até Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Mas, na ligação do dia seguinte, agradeceu as declarações públicas “ponderadas” do presidente do Senado, porém, muito criticadas pelos pares dele.

Como se sabe, as Forças Armadas são um bloco monolítico e a declaração não agradou a todos. Militares da reserva que já ocuparam altos cargos acharam a nota fora de tom, só de interesse do presidente. O texto acabou por arrastar as Forças até a CPI…

O Diretório Nacional do PT, em nota, disse que “não cabe aos comandantes nem ao ministro da Defesa atuar como se fossem um partido político”.

Estadão

 

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