Randolfe ironiza quem quis fechar STF e hoje pede liminar pra se calar na CPI
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, disse hoje que alguns que propunham “atear fogo no STF (Supremo Tribunal Federal)” agora recorrem ao Poder Judiciário para conseguir habeas corpus em seus depoimento na CPI.
“Essa CPI revelou algo importante: alguns que outrora propunham atear fogo no Supremo resolveram recorrer ao Supremo. Que bom que compreenderam a importância. O ministro [da Saúde, Eduardo] Pazuello, por exemplo, isso é didático. O Coronel Élcio [Franco] era um árduo defensor do fechamento do Supremo. Eles aprenderam a importância democrática, a importância do judiciário, o equilíbrio entre os poderes”, afirmou Randolfe.
A declaração ocorre durante depoimento da diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, que conseguiu liminar que a autoriza a ficar em silêncio sobre fatos que a incriminem. À CPI, ela informou que permanecerá em silêncio seguindo conselhos dos advogados.
A expectativa dos senadores era avançar na apuração da compra pelo governo federal da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech.
O senador Randolfe ainda fez um pedido para que Emanuela e a defesa repensem a decisão e ressaltou que ela está sendo ouvida como testemunha. “A questão de ordem que faço e apelando à defesa aqui presente, o que rogo é a compreensão da doutora Emanuela, que a depoente não se negue a responder perguntas da comissão sobre dois fatos: a conduta de Francisco Maximiano e atribuições técnicas dela no processo de negociação com o Ministério da Saúde. É mais uma questão de apelo, reflexão”.
O contrato do governo federal com a Precisa Medicamentos para a compra da Covaxin é suspeita de irregularidades. Documentos do Ministério das Relações Exteriores mostram que o governo comprou a vacina indiana Covaxin por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela própria fabricante.
O deputado Luis Miranda (DEM-DF) diz ter alertado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre corrupção no contrato da Covaxin, mas o presidente não teria atuado para impedir o acordo.
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