YouTube remove 15 vídeos de Bolsonaro com mentiras sobre covid

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Foto: Reprodução

O YouTube removeu ontem uma série de vídeos do canal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por violações das diretrizes da plataforma. De acordo com a rede social, os vídeos do presidente foram excluídos por difundirem informações incorretas sobre o tratamento de Covid-19. Segundo informações do portal “Metrópoles”, confirmadas pelo GLOBO, foram 15 vídeos, sendo 14 lives, que haviam sido publicados entre o ano passado e esse ano.

Em nota, o Youtube diz que as regras da plataforma “não permitem conteúdo que afirma que hidroxicloroquina e ivermectina são eficazes para tratar ou prevenir Covid-19″.

“Após análise cuidadosa, removemos vídeos do canal Jair Bolsonaro por violar nossas políticas de informações médicas incorretas sobre a Covid-19. Nossas regras não permitem conteúdo que afirma que Hidroxicloroquina e/ou Ivermectina são eficazes para tratar ou prevenir Covid-19; garante que há uma cura para a doença; ou assegura que as máscaras não funcionam para evitar a propagação do vírus. Essas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais e atualizamos nossas políticas conforme as mudanças nessas orientações. Aplicamos nossas políticas de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem seja o produtor de conteúdo ou de visão política”, diz.

Em uma das lives removidas, o então ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, comparou, ao lado do presidente, a pandemia do novo coronavírus com a AIDS, doença causada pelo vírus HIV. Pazuello citou as doenças sob o argumento de que “a vida segue”.

“Pós-pandemia do HIV, o HIV continua existindo, continuam existindo alguns que são contaminados, a maioria se trata, e a vida que segue. É assim que vai ser também com o coronavírus”, afirmou.

Em outro vídeo excluído, a médica Nise Yamaguchi recomenda, em uma entrevista à “CNN Brasil”, o uso de cloroquina e ivermectina, remédios comprovadamente ineficazes contra o vírus, para tratar Covid-19. Questionada sobre as discordâncias entre o então ministro Nelson Teich e Bolsonaro sobre os medicamentos, Nise defendeu o uso.

“Acho que não existe indefinição, a questão é que já está liberado hidroxicloroquina e a cloroquina no Ministério da Saúde. Tem alguns ajustes que precisam ser feitos porque ali não está constando nem azitromicina nem zinco, fala que pode ser feito, mas o ideal seria estar em um protocolo bem orientado”, disse.

Caso o presidente volte a violar as regras do Youtube, o canal poderá ficar suspenso por uma semana. Em caso de reincidência, ele poderá ter a conta excluída definitivamente.

Histórico de remoções

Não é a primeira vez que as redes sociais removem conteúdos do presidente Jair Bolsonaro por violarem as normas das plataformas e divulgarem informações falsas ou contraditórias sobre a pandemia do novo coronavírus.

Desde o início da pandemia, Twitter, Facebook e o Instagram excluíram publicações de Bolsonaro que mostravam um passeio do presidente por cidades do Distrito Federal. Durante o passeio, o presidente se posiciona contra o isolamento social.

Em um dos vídeos apagados nas três redes sociais, no ano passado, Bolsonaro conversa com um ambulante sem o uso de máscara e defende que as pessoas continuem trabalhando. Ele concorda quando uma das pessoas diz que “tem que abrir os comércios e trabalhar normalmente”.

Em outro vídeo, removido apenas do Twitter, Bolsonaro entra em um supermercado, volta a provocar aglomerações, critica as medidas de isolamento e diz para jornalistas que “o país fica imune quando 60%, 70% foram infectados” e que um remédio contra o coronavírus “já é uma realidade”.

O Globo

 

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