Bolsonaro não desistiu de impeachment de Barroso
Foto: Sérgio Lima/Poder360 – 23.nov.2017
O presidente Jair Bolsonaro desistiu, por ora, de protocolar um pedido de impeachment contra o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi aconselhado por ministros da ala política a não aumentar a fervura da crise institucional neste momento, enquanto apoiadores seus preparam uma massiva manifestação no 7 de setembro.
Essa tendência se fortaleceu ontem, depois que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), rejeitou o pedido apresentado por Bolsonaro na sexta-feira contra o ministro Alexandre de Moraes.
A rapidez com que o presidente do Senado rechaçou oficialmente o pedido, apenas cinco dias após sua apresentação, aumentou o sentimento de que Bolsonaro estaria gastando energia à toa com uma nova medida do gênero, enquanto auxiliares tentam baixar a fervura da crise.
Mesmo assim, até mesmo as fontes que confirmam a desistência dizem que Bolsonaro pode mudar de ideia a qualquer momento. De modo que alguns preferem dizer que o pedido contra Barroso está em “stand by”.
Aliados afirmam, além disso, que o presidente tampouco aceitará participar de uma conversa com governadores para debater a crise entre as instituições.
Na visão de seu entorno, o evento não teria nenhum efeito prático e serviria apenas para dar palco a opositores, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), um dos proponentes.
“O que o presidente tem a ganhar com isso? Que solução para a crise com o Supremo os governadores têm a oferecer?”, questiona um membro do governo. “As conversas têm que ser entre o presidente, o [presidente do STF, Luiz] Fux, o Arthur Lira [PP-AL, presidente da Câmara] e o Pacheco. São eles que têm que se resolver.”
Bolsonaro não deve fazer nenhum movimento nos próximos dias para tentar uma reaproximação com o Supremo.
Segundo um auxiliar, ele aguarda as manifestações do 7 de setembro para saber com que força negociará uma trégua com o Judiciário. Quanto maiores forem os protestos, acredita esse interlocutor, maior será a força de Bolsonaro na negociação com o Supremo, quando as conversas forem retomadas.
Uma reunião entre chefes dos Três Poderes, que foi cancelada pelo presidente do STF, Luiz Fux, só deve ocorrer após o feriado nacional, se de fato acontecer.
Bolsonaro foi pego de surpresa no início do mês pela decisão de Fux de cancelar o encontro, após os reiterados ataques do chefe do Executivo a ministros da Corte e ao sistema eleitoral. Mas agora o próprio Bolsonaro prefere aguardar as manifestações para se sentar novamente à mesa.
O objetivo, diz uma fonte, é que todos “baixem as armas”, referindo-se aos Poderes da República.
O presidente vê-se acossado e perseguido pelo inquérito das “fake news”, liderado por Moraes, e que levou à prisão e ordens de busca contra diversos aliados seus.
Bolsonaro acha injustificadas medidas como a prisão do presidente do PTB, Roberto Jefferson, e a ordem de busca e apreensão em propriedades do cantor Sérgio Reis e do deputado Otoni de Paula (PSL-RJ), por defenderem a invasão do Supremo, a destituição dos ministros e a invasão do Congresso no âmbito do 7 de setembro.
Os últimos dias têm sido de tensão elevada na Praça dos Três Poderes. Aliados de Bolsonaro admitem nos bastidores a possibilidade de uma ruptura caso o presidente ou um de seus filhos sejam alvo de uma ordem judicial de Moraes. Segundo essas fontes, Bolsonaro, “no mínimo”, acionaria as Forças Armadas para impedir o cumprimento desse tipo de medida.
O presidente teme sobretudo pelo vereador Carlos Bolsonaro. Carlos tem ligações estreitas com o chamado “gabinete do ódio” – uma rede de colaboradores que opera nas mídias digitais dentro do Palácio do Planalto.
“Prender [aliado ou membro do governo] por corrupção é uma coisa”, diz um ministro a respeito de como Bolsonaro vê as ordens de Moraes. “Mas, se prender um dos filhos, mandar apreender o telefone dele, aí pode ter uma ruptura.”
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