Deputados traíram seus partidos por pressão das redes

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Foto: Antonio Cruz

A pressão das redes sociais e do eleitorado bolsonarista, que coincide muitas vezes com o de deputados do Centrão, fez com que a proposta de emenda constitucional (PEC) do voto impresso atingisse 229 votos e obtivesse maioria mesmo nos partidos em que os presidentes trabalharam contra o projeto e até fecharam questão sobre o tema.

O movimento aliou uma posição já favorável à impressão do voto pela maioria da Câmara, que em 2015 aprovou PEC idêntica por 433 votos a 7, à pressão de eleitores de direita, que se mobilizaram nas redes sociais e em mensagens diretas aos celulares dos deputados.

Para muitos deputados ouvidos pelo Valor, os contrários à PEC não estavam tão mobilizados e nem se importavam tanto com a votação, enquanto os favoráveis colocaram isso como uma questão muito importante. Votar contra a proposta, neste caso, poderia significar perder votos para a própria reeleição em 2022.

Um grupo de 11 partidos se reuniu com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e, diante dos ataques do presidente Jair Bolsonaro a realização das eleições, se comprometeu a defender as urnas eletrônicas. Parte deles atuou de forma enfática, como Solidariedade, PL, PSD, PSDB e MDB, ajudando a derrotar a proposta na comissão especial.

No plenário, contudo, muitos desses partidos não conseguiram convencer seus parlamentares a derrotarem a PEC. No PSD, 20 deputados votaram a favor e 11 contra. No MDB, foram 15 favoráveis e 10 contrários. No DEM, 13 a 8. No PSDB, que fechou questão no dia anterior contra a PEC, 14 se manifestaram pela aprovação e 12 pela rejeição.

Presidente do PSDB no Rio Grande do Sul e aliado do governador Eduardo Leite, pré-candidato à Presidência, o deputado Lucas Redecker afirmou que o próprio PSDB pautou esse debate em 2014 e que não tem desconfianças graves sobre as urnas eletrônicas, mas que melhorias em prol de mais transparência são positivas. “Não vejo o risco à democracia divulgado pela esquerda”, disse.

Já o governador de São Paulo, João Doria, também pré-candidato pelo PSDB, atacou. “Considero deplorável, seja quem for, de qual partido [for], apoiar o governo Bolsonaro nessa iniciativa do voto impresso”, declarou.

O deputado Célio Silveira (PSDB-GO) disse também acreditar nas urnas eletrônicas e que nunca viu indícios de fraudes. “Muita gente ligada a mim ligou pedindo para aprovar a PEC, eu não tinha como votar contra. Mais segurança pro eleitor nunca é demais”, afirmou. Para o deputado Ruy Carneiro (PSDB-PE), que faz questão de frisar que não é aliado do governo, o voto foi técnico. “Acho que o engajamento político do presidente foi o que derrotou um projeto que, do contrário, teria aprovação tranquila na Câmara.”

Apesar de reconhecer o placar inferior ao esperado, o líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS), preferiu comemorar a derrota de Bolsonaro, que precisava de 308 votos e ficou bem aquém. “O governo Bolsonaro parou o país, abandonou o povo em meio à crise, para tratar de uma bobagem e foi derrotado em sua principal bandeira e na Casa onde o bolsonarismo é mais forte hoje.”

Valor Econômico

 

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