Ministro-astronauta vai à OMS tentar limpar imagem do país
Foto: Reprodução
O ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, se reunirá em Genebra, na Suíça, com a cúpula da OMS (Organização Mundial da Saúde) para mostrar o desenvolvimento de vacinas, diagnósticos e tratamentos desenvolvidos no Brasil.
A reunião, marcada para esta quinta-feira (12), ocorre em meio a um debate na CPI da Covid sobre a atuação do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) na promoção de tratamentos sem comprovação científica. A Comissão Parlamentar de Inquérito decidiu sugerir o indiciamento do presidente por charlatanismo.
Nesta semana, a OMS ainda anunciou formalmente a decisão de aprofundar os estudos mundiais com três remédios que potencialmente poderiam ser usados para pacientes graves e afetados pela covid-19.
Mas, segundo Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, cloroquina, remdesivir, lopinavir e interferon mostraram “pouco ou nenhum efeito em pacientes hospitalizados”. Já em outubro do ano passado esses remédios foram retirados dos testes.
No Brasil, o governo mobilizou sua diplomacia e parte do Estado na busca, compra e distribuição da cloroquina.
Na OMS, porém, os três remédios que continuarão a ser testados foram selecionados por seu “potencial de reduzir o risco de morte em pacientes hospitalizados”. Trata-se de uma lista de remédios que já são usados para outras doenças. Artesunate, por exemplo, é usado contra a malária, enquanto imatinib é usado contra o câncer, e o infliximab é recomendado por doenças do sistema imunológico.
Pontes, por sua vez, vai apresentar o desenvolvimento de projetos de vacinas brasileiras, diagnósticos e tratamentos, como o caso da nitazoxanida, antiviral conhecido como Annita. No início do ano, o Ministério da Saúde informou em carta a deputados que decidiu não incluir o produto na lista de remédios distribuídos para o tratamento da covid-19 na rede pública de saúde.
Tanto o Brasil como a OMS ainda apostam no país como uma das bases da expansão de produção de vacinas, principalmente a partir de 2022. A entidade estima que o mundo precisará dobrar a capacidade de produção para atender a população do planeta e, para isso, será necessário ampliar os locais de fabricação de doses.
O Brasil, conforme Tedros já indicou no primeiro semestre do ano, é uma das esperanças para servir de “hub” para a produção e exportação de vacinas.
Pontes ainda aproveitou sua passagem por Genebra para se reunir com a direção do CERN, o centro europeu de pesquisas nucleares. Trata-se do local da criação da web e base do maior acelerador de partículas do mundo.
Em 2010, o Brasil assinou uma carta de intenções que deu início formal ao processo de adesão do País ao CERN. A partir de 2011, as negociações foram iniciadas e a entidade estipulou que o Brasil deveria pagar US$ 12 milhões por ano, como contribuição, uma fração pequena diante do orçamento de US$ 1,2 bilhão da instituição.
Dois anos depois e após realizar uma avaliação sobre a capacidade científica do Brasil, o CERN deu sinal verde para a adesão do país, que naquele momento estava sob o comando de Dilma Rousseff (PT).
Mas, sem um acordo para aprovar a adesão no Congresso Nacional e com questionamentos de parte da comunidade científica, o processo ficou parado. Impeachment, crise política, cortes no orçamento e indefinições arrastaram o processo de adesão por anos.
Pontes, em 2019, decidiu recuperar o projeto iniciado nos governos do PT. Uma das estratégias é estabelecer que o dinheiro para a contribuição anual ao CERN não venha de pesquisa. Mas do Itamaraty.
Como o processo havia se arrastado por dez anos, a entidade foi obrigada a refazer a avaliação sobre a capacidade científica do país. Ainda no primeiro semestre de 2021, o CERN voltou a dar uma chancela à adesão e, agora, a esperança da comunidade científica nacional é que o processo entre em sua fase final.
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