Cúpula da CPI reage a críticas de Lira
Foto: Pablo Valadares/Camara dos Deputados
A cúpula da CPI da Covid reagiu ontem às críticas feitas pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ao relatório final da comissão parlamentar de inquérito.
Lira mostrou contrariedade, principalmente, com o pedido de indiciamento de alguns deputados da base do governo Jair Bolsonaro. Sobre isso, o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, disse que a liberdade de expressão dos congressistas não pode ser confundida com “libertinagem” e defendeu que os parlamentares indiciados “induziram” brasileiros à morte, ao defender medicamentos ineficazes e propagarem “fake news”.
“Quando ele [Lira] conversou comigo, nunca falou do Ricardo Barros [líder do governo na Câmara, que também está entre os indiciados]. Ele [Lira] falou que não tinha precedente porque não tem lei sobre propagação de ‘fake news’. Liberdade de expressão é uma coisa, indução à morte é outra. Um parlamentar tem de ter responsabilidade com o que fala para a população, não pode sair dizendo que cloroquina salva. Esses parlamentares induziram brasileiros à morte”, retrucou Aziz. “A responsabilidade de um parlamentar é uma referência [para a sociedade], tem que ter a responsabilidade com o que está falando. Tem que ser tomadas providências. Liberdade de expressão não é libertinagem de expressão, não é ser irresponsável. Se alguém tem o entendimento de que há excesso, eu acho é pouco”.
Já o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), elevou ainda mais o tom contra Arthur Lira, que é seu adversário político em Alagoas. Segundo o emedebista, o presidente da Câmara estaria preocupado com o avanço das investigações sobre a distribuição de emendas, o que Renan chamou de “maior escândalo de corrupção do país”. Renan fez referência direta às emenda de relator, chamadas de RP9. Segundo especialistas, o mecanismo criado pelo Congresso é pouco transparente e dificulta o monitoramento da destinação das verbas orçamentárias.
“Não há como aprofundar investigação e silenciar diante disso. O papel da CPI é esse. O Lira tem muita preocupação com o que pode vir de investigação sobre o RP9, que são emendas que ele coordena, isso pode trazer à tona o maior escândalo do Brasil”, disse. “Nós investigamos tudo com absoluta isenção. Eu sei que ele tem receio da investigação do RP9, o maior escândalo de todos os tempos. Ele não pode estar tentando interferir [no relatório], ele não tem nada a ver com isso. O papel dele é defender a Casa e não defender a impunidade”, complementou.
Renan Calheiros afirmou ainda que a CPI ajudou a “desbaratar” o controle do PP, partido de Arthur Lira, sobre o Ministério da Saúde. Isso porque um dos principais investigados na CPI foi Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística da pasta que seria ligado à cúpula do PP. “Lira sabe que desbaratamos o domínio do PP na Saúde. O [ex-ministro Eduardo] Pazuello levou 60 militares com ele para a Saúde e eles acabaram brigando com o PP por esse território. Sabemos da participação dele [Lira] na nomeação dessas pessoas”, concluiu.
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