Prefeitos da Baixada Fluminense se afastam de Bolsonaro

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Foto: Divulgação

Queda na popularidade do presidente Jair Bolsonaro, cobranças de investimentos endereçadas ao governador Cláudio Castro (PL) e a fusão DEM-PSL para a formação do partido União Brasil mexeram com o tabuleiro de alianças dos prefeitos da Baixada Fluminense para o pleito de 2022. Candidatos à reeleição, tanto Bolsonaro quanto Castro, que há pouco tempo tinham garantido a maioria dos prefeitos da região em suas campanhas, começam a enfrentar resistências em meio a um clima de traição. A Baixada é considerada estratégica por reunir 13 cidades e um capital eleitoral em torno de 2,8 milhões de votos.

Nacionalmente, os prefeitos têm evitado declarar voto a Bolsonaro. A maior parte afirma que vai esperar o resultado de pesquisas eleitorais e o direcionamento de seus partidos para então fechar alianças. Em junho deste ano, o GLOBO mostrou que pelo menos 11 dos 13 prefeitos afirmavam ser bolsonaristas ou estar alinhados com o Planalto. Agora, parte teme que o anúncio de um rompimento estimule ataques de apoiadores do presidente nas redes sociais e, ao mesmo tempo, afirma que colar a imagem a Bolsonaro representaria um risco de rejeição.

Já entre as baixas enfrentadas por Cláudio Castro está o fim do apoio de um de seus principais aliados, o presidente regional do PSL e prefeito de Belford Roxo, Wagner dos Santos. O prefeito, que chegou a ser convidado para integrar a chapa do governador na vaga de vice, desembarcou da campanha. Bolsonarista, ele também deixou claro que somente pedirá votos para o presidente, caso o chefe do Planalto feche apoio com o União Brasil.

— Apesar da minha boa relação com o governador e o presidente, vou seguir a Executiva Nacional do União Brasil. O partido defende que é necessário uma candidatura tanto à Presidência quanto ao Palácio Guanabara — explica Waguinho, ao citar nomes que poderiam ser candidatos a governador pela nova legenda ou fecharem alianças: — Há bons quadros, como Felipe Santa Cruz e o ex-governador Anthony Garotinho. Mas podem surgir novos nomes.

O União Brasil nasce na Baixada com a meta de filiar sete prefeitos da região. A sigla tem hoje em seus quadros Waguinho e João Ferreira (DEM), prefeito de São João de Meriti. O embarque de outras lideranças representaria mais baixas para Castro e Bolsonaro.

Prefeito da segunda maior cidade da Baixada, Nova Iguaçu, Rogério Lisboa (PP) mantém-se aliado de Castro. No entanto, cobra do governador mais ações nas cidades para que o apoio dure até as eleições do ano que vem:

— Com a venda da Cedae, o governo do estado conseguiu recompor suas finanças e ter capacidade de investimento. O discurso de falta de recursos já não pode mais existir. Sou aliado de Castro. Mas, caso o estado não invista mais na Baixada, como irei às ruas pedir votos para o governador?

Waguinho também vê risco de novas baixas rondando o Palácio Guanabara.

— Os recursos da venda da Cedae chegaram a Belford Roxo. Mas não será difícil ver prefeitos que, mesmo após receberem, oferecerem apoio a outro candidato — alerta.

Entre os que se mantém fiéis a Castro estão os prefeitos de Mesquita, Jorge Miranda, e Nilópolis, Abraãozinho, ambos do PL, sigla do governador.

— A tendência é manter o crescimento do apoio ao governador em todo o estado. O PL tem trabalhado para isso — diz Miranda, que já recebeu a visita do deputado Marcelo Freixo (PSB), também pré-candidato a governador do Rio.

Miranda teve o nome cotado para vice na chapa de Castro. Em relação à disputa nacional, tanto ele quanto o prefeito de Nilópolis têm evitado o apoio público a Bolsonaro.

— Ainda muito é cedo. E temos de acompanhar o que o partido definir — justifica Abraãozinho.

Em Japeri, mesmo sendo aliada de Castro, a prefeita Fernanda Ontiveras (PDT) segue as determinações de seu partido e fará campanha para Rodrigo Neves. Segundo o presidente da sigla, Carlos Lupi, Neves e o pré-candidato a presidente Ciro Gomes percorrerão as cidades da Baixada em busca de alianças. Lupi aposta no histórico de administrações pedetistas na região:

— Depois que receberem o dinheiro da venda da Cedae, os prefeito vão romper com Cláudio Castro e apoiar quem realmente tem condições de vencer as eleições.

O Globo

 

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