Senador-candidato tenta tumultuar relatório final da CPI

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Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

Relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL) entregará o esboço de seu parecer no dia 15 para os parlamentares do chamado G7, grupo de senadores independentes e de oposição que, além do próprio emedebista, integram a comissão. A distribuição da prévia, três dias antes da leitura do relatório final, busca aplacar divergências que começaram a se disseminar na ala majoritária da CPI, uma vez que sugestões dos demais membros poderiam ser incluídas a tempo de constar no parecer oficial.

O GLOBO apurou que alguns integrantes da CPI não digeriram bem críticas feitas pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) ao parecer que Renan vem preparando. Aliados de Renan afirmam que Vieira, que anunciou a intenção de se lançar candidato à Presidência da República em 2022, buscaria “projeção” ao planejar apresentar um relatório próprio para ser anexado ao de Renan. Vieira, contudo, diz que o objetivo é outro.

— Temos que garantir um relatório técnico e sem contaminação política excessiva. Um texto que contenha menos adjetivos e mais fatos. No tocante ao presidente Jair Bolsonaro, me chama a atenção a questão do charlatanismo, que Renan e alguns juristas sugerem imputar. Na minha opinião, acho que não está configurado. Por outro lado, defendo o indiciamento do Braga Netto (ministro da Defesa) e não sei se há um consenso quanto a isso — disse Vieira.

Durante parte da gestão na pandemia, Braga Netto ocupou a Casa Civil e teria influenciado em decisões do Ministério da Saúde. O GLOBO apurou que, até o momento, Renan não incluiu pedido de indiciamento de Braga Netto no parecer que vem redigindo.

Vieira afirmou que Renan havia informado que procuraria individualmente todos os senadores do G7, e avaliou que a nova iniciativa, de compartilhar a íntegra do relatório, é boa para “dirimir dúvidas”.

Para o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), a tendência é que o G7 vote unido no parecer apresentado por Renan.

— A tendência é que, diante das provas colhidas pela CPI, haja coesão do G7 na votação do relatório, mas não posso falar por todos os integrantes — afirmou Aziz.

Na terça-feira, Renan afirmou que seu relatório vai propor o indiciamento de Bolsonaro e de outras 30 pessoas por supostos crimes cometidos na pandemia.

— Não vamos falar grosso na investigação e miar no relatório — disse.

No G7, há insatisfações que vão além de pontos do relatório. Senadores como o próprio Vieira e Otto Alencar (PSD-BA) são contra a iniciativa de Renan de promover uma apresentação musical durante a cerimônia de encerramento da CPI.

— Acho que o encerramento tem que ter sintonia com a gravidade do que foi apurado pela comissão e que não se permita parecer com cena política, com objetivo de angariar dividendos políticos. A CPI é séria, dolorosa, difícil. Há oito dias, recebi no meu celular ameaça de morte de um número desconhecido. Mas não tenho sido ouvido. Os novos não estão ouvindo os mais velhos — disse Otto, que foi contra convocar o empresário Luciano Hang para depor, por se tratar de uma pessoa que “queria palanque para aparecer”.

A equipe do Renan Calheiros entrou em contato com Ivan Lins para sondar a viabilidade de o artista cantar a música “Aos nossos filhos” durante o encerramento dos trabalhos. A letra da canção tem frases como “perdoem a falta de abraço”, “perdoem a falta de abrigo”, “perdoem a a falta de ar”. A ideia é que o cantor, que está em Portugal, apresente-se pessoalmente na cerimônia de encerramento, dia 19, ou então em uma transmissão ao vivo realizada da Europa.

Déa Lúcia, mãe do artista Paulo Gustavo, que morreu em decorrência de Covid-19, chegou a ser convidada para participar da cerimônia, mas preferiu não participar do evento.

O Globo

 

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