Lula negocia futuro acordo comercial com a França
Foto: Reprodução/ Internet
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou ontem com o presidente da França, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu, sede do governo local. Ele foi recebido seguindo o protocolo comumente reservado a chefes de Estados.
Macron é um dos principais antagonistas ao presidente Jair Bolsonaro na União Europeia (UE). Os dois já entraram em atrito devido às políticas ambientais. Na cúpula do G20, em Roma, em outubro, os dois pouco interagiram.
Lula e Macron discutiram a cooperação, desafios sociais e econômicos após a pandemia e mudanças climáticas. O encontro faz parte da agenda do petista na Europa, onde está desde o dia 11.
A reunião durou mais de uma hora. Um dos pontos conversados foi o acordo de livre comércio Mercosul-UE, paralisado após líderes europeus pedirem adendos com compromissos ambientais.
Acompanhado pelos ex-ministros Celso Amorim e Aloizio Mercadante, Lula se aproveita da imagem desgastada de Bolsonaro no exterior para se reunir com líderes europeus e criticar seu provável principal rival na eleição de 2022.
“É muito raro que um potencial candidato ou ex-presidente seja recebido com tamanha honraria, como um grande estadista”, disse Amorim, ex-chanceler no governo Lula. “Isso acontece em um momento em que o atual presidente se mostrou isolado na última cúpula do G20”, completou.
Em palestra na Sciences Po na véspera, Lula criticou a condução da crise sanitária por Bolsonaro e o descreveu como negacionista. O mesmo tom foi usado na segunda em discurso à bancada social-democrata do Parlamento Europeu, numa Conferência de Alto Nível sobre a América Latina.
Durante a viagem à Europa, Lula se encontrou com o provável futuro chanceler [primeiro-ministro] da Alemanha, o social-democrata Olaf Scholz, que saiu vitorioso da eleição de setembro no país e negocia um Gabinete para suceder o de Angela Merkel.
Amanhã, Lula seguirá para a Espanha, onde se encontrará com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
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