A desinteligência entre senadora e senador
Foto: Dida Sampaio/ Estadão
A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, se pronunciou sobre as ofensas que recebeu na última quinta-feira, 9, do senador Eduardo Braga (MDB-AM). O parlamentar teria aumentado o tom e usado expressões machistas contra ela durante um telefonema na semana passada. “Gritos não me amedrontam. O episódio, infelizmente, demonstra que o machismo atrasado ainda resiste às mulheres que assumem posições relevantes na política brasileira”, disse Flávia ao jornal O Globo.
Ao telefone, o parlamentar teria ofendido a ministra com gritos e palavrões para cobrar o recebimento de emendas prometidas a ele pelo Planalto. Flávia, chorando, passou o telefone para o ministro Ciro Nogueira, da Casa Civil, que estava ao seu lado no momento da ligação, para que ele tentasse acalmar Braga.
A situação gerou repúdio da bancada feminina na Câmara. Em nota divulgada nesta segunda-feira, 13, a Secretaria da Mulher, órgão representativo das mulheres na Casa, prestou apoio à ministra e condenou “veementemente as declarações desrespeitosas do senador”.
“O caso (…) demonstra que mulheres de todas as classes e condições sociais estão sujeitas à violência de gênero, seja doméstica, física, psicológica ou política”, diz o texto.
“Por essa razão, a Secretaria da Mulher, representando a bancada feminina da Câmara dos Deputados, lamenta a postura do referido parlamentar que em flagrante quebra de decoro, e de forma vil, usou palavras inapropriadas para com uma autoridade do mais alto escalão do Poder Executivo”, continua a nota.
Por meio de sua assessoria, o senador Eduardo Braga afirmou lamentar o ocorrido e que não teve a intenção de ofender a ministra. O parlamentar disse ter admiração por Flávia Arruda e considera não ter havido falta de respeito, mas uma “defesa enfática e firme dos interesses” de seu Estado, o Amazonas.
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