Airbus interrompe produção do maior avião comercial do mundo
Foto: Christopher Pike / REUTERS
A Airbus deve entregar o último superjumbo A380 à Emirates Airlines nesta quinta-feira, marcando o fim de uma corrida de 14 anos que deu à Europa um símbolo reconhecido em todo o mundo, mas falhou em cumprir a visão comercial de seus designers.
A produção do maior avião comercial do mundo – com capacidade para 500 pessoas em dois andares, juntamente com regalias como chuveiros na primeira classe – terminou depois que 272 modelos foram construídos, em comparação com os mais de 1 mil previstos.
A Airbus, um conglomerado de fabricantes de aviões formado por entidades na Grã-Bretanha, França, Alemanha e Espanha com o intuito de criar megajatos para combater o congestionamento, encerrou o projeto em 2019 depois que as companhias aéreas optaram por modelos menores e mais enxutos.
Espera-se que a entrega de comando seja discreta, em parte por causa das restrições da Covid-19 e também porque a Airbus está focando suas relações públicas nos benefícios ambientais de jatos menores.
Isso contrasta com o espetacular show de luzes que revelou o novo gigante diante dos líderes europeus em 2005. Ainda assim, no domingo, a Airbus realizou um voo de pré-entrega do último A380 produzido, partindo de Hamburgo e permanecendo no ar por quase 5 horas.
Para marcar o momento histórico, os pilotos da Airbus desenharam um coração no céu durante o voo realizado na região norte da Alemanha.
Aposta da Emirates
A Emirates é de longe o maior comprador e ainda acredita na capacidade do superjumbo de atrair passageiros. Mesmo que nenhum outro A380 seja construído, ele continuará voando por anos. Muitas companhias aéreas discordam e descartaram o A380 durante a pandemia.
Na contramão do setor, a Emirates retomou os voos diários para o Brasil com o A380 em outubro, apostando na retomada do turismo internacional.
O presidente da companhia aérea, Tim Clark, se recusa a ceder aos céticos que dizem que os dias dos jatos quadrimotores e espaçosos como o A380 estão contados quando um assento de avião se torna uma mercadoria como qualquer outra.
“Não compartilho dessa opinião… E ainda acredito que há um lugar para o A380”, disse Clark recentemente a repórteres.
“Tecnocratas e contadores disseram que não era adequado… Isso não ressoa em nosso público viajante. Eles adoram aquele avião”, disse ele.
Impacto na montadora
O fim do A380 deixou deserta um dos maiores edifícios do mundo, uma fábrica de montagem de 122.500 metros quadrados em Toulouse.
A Airbus planeja usar parte dele para construir alguns dos modelos “narrowbody” (aeronaves de fuselagem estreita, que oferecem apenas um corredor central) que dominam as vendas, como um acordo com a Qantas anunciado na quinta-feira. Mas é em Hamburgo que algumas das características mais marcantes do A380 evoluíram.
Clark relembrou como se reuniu com os desenvolvedores da Airbus no norte da Alemanha para persuadir os chefes da Airbus na França a pagar pela engenharia necessária para tornar realidade os chuveiros de bordo.
“Houve muitas flexões de braços e meus amigos na França foram um pouco ponderados”, disse Clark. “Tive que me sentar com amigos na unidade de desenvolvimento em Hamburgo para construir os chuveiros e, em seguida, pedi à administração do Toulouse para ver como isso poderia ser feito, e eles aceitaram.”
Essa inovação gerou manchetes, mas não se traduziu nas vendas necessárias para manter o A380 em funcionamento. O avião foi projetado na década de 1990, quando a demanda por viagens crescia e a China oferecia um potencial aparentemente ilimitado.
Quando a primeira entrega foi feita em 2007, o avião estava mais de dois anos atrasado. E quando a Emirates comprou seu primeiro A380 um ano depois, a crise financeira emergente já estava forçando os analistas a reduzir suas previsões para os maiores jatos.
Enquanto isso, a Boeing estava capturando pedidos para um novo 787 Dreamliner revolucionário, a ser seguido pelo Airbus A350.
“Houve uma desaceleração do apetite e do entusiasmo. Não compartilhamos dessa opinião; colocamos essa grande aeronave (A380) para funcionar”, disse Clark durante uma reunião com companhias aéreas.
“Temos o que considero uma das aeronaves mais bonitas já voadas.”
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