Eleições de 2022 terão duas gerações de urnas eletrônicas
Foto: Elio Rizzo/Esp. CB/D.A Press – 31/10/10
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou, ontem, mudanças tecnológicas nas urnas eletrônicas para as eleições de 2022. No próximo ano, serão 225 mil aparelhos do modelo UE 2020 distribuídos pelo país. Esse percentual representa menos de 50% do parque eletrônico para a eleição, de 577.125 urnas.
Tanto a urna quanto o equipamento do mesário sofreram modificações. Segundo o TSE, as atualizações prometem agilizar e tornar mais prático o processo de votação. Como os novos equipamentos representam apenas uma parte do maquinário para a eleição, a disputa eleitoral de 2022 terá duas gerações de urnas eletrônicas.
A mudança mais perceptível para eleitores é o layout da máquina. A máquina é mais leve e menor. As teclas poderão alertar para problemas como mau contato. A bateria, feita de Lítio Ferro-Fosfato, não precisa de recarga, conseqüentemente gera menos custos de conservação. Ela também passou a ter uma expectativa de duração maior, seguirá por toda a vida útil da urna.
Em relação ao software utilizado na urna, o processador se tornou 18 vezes mais rápido. E a mídia de transferência foi trocada de um cartão de memória para um pen drive, que aumenta a flexibilidade logística com os Tribunais Regionais dos estados.
A atualização das urnas é uma das políticas adotadas pelo TSE para diminuir erros a cada eleição. O presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, defendeu os mecanismos de segurança, auditabilidade e transparência do processo de votação eletrônico.
“Nós estamos trabalhando para proteger o sistema do TSE mais por uma questão de imagem, porque quanto ao conteúdo, não tem como se fraudar as eleições. Estamos reforçando os mecanismos de segurança do TSE, mas eu sempre gosto de lembrar que as urnas eletrônicas nunca entram em rede”, reforçou o ministro. “Elas não são acessíveis remotamente, não há como hackeá-las.”
Barroso ressaltou o esforço da Justiça Eleitoral em garantir a lisura das votações. “Os sistemas do TSE são passíveis de ataque como todos os sistemas do mundo. Porém, o resultado da eleição é impossível de ser manipulado porque o ataque ao sistema não dá acesso à urna, porque ela não entra em rede”, declarou.
O ministro comentou sobre as etapas de testagem da segurança das urnas. Ele ressaltou a importância de representantes partidários participarem do processo de verificação de votos. “Na prática, muitas vezes, os partidos nem comparecem. Mas eles não comparecem não é porque não têm interesse, eles não comparecem porque confiam no sistemas. Eles podem ir lá e verificar. Mas esse ano estamos insistindo para que eles façam isso”, disse. Barroso avisou que a comissão de transparência, montada pelo TSE, irá enviar representantes aos TREs dos estados para demonstrarem pessoalmente.
Fernando Neisser, presidente da comissão de direito político e eleitoral do IASP, observa o TSE tem como meta reduzir os problemas e garantir a fluidez do processo. Para ele, é normal haver mudanças a cada três ciclos eleitorais e a substituição das urnas a cada doisa anos. “Seja por custo, seja por logística das próprias empresas. As urnas mais novas tendem a serem mandadas para os locais mais distantes e não para as capitais, porque é onde se tenham os maiores problemas. Tradição da Justiça Eleitoral”, explicou.
Neisser esclareceu que mudanças são pensadas para resolver problemas enfrentados no processo de logística durante a eleição. “Quando a gente fala de 500, 600, 800 urnas sendo usadas, qualquer percentual de problema gera complicações para votar. Por exemplo, a questão da impressão do papel direto da máquina do mesário, quanto menos passos cada mesário precisar tomar para fazer seu trabalho, reduz a quantidade de erro. Quando está se falando de 100 milhões de eleitores votando, estamos reduzindo erros no processo. São melhoras técnicas que tornam o processo menos passivo de erros e atrasos, portanto mais fluido”, concluiu.
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