Inflação fecha o ano em 10,42%
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O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), registrou alta de 0,78% em dezembro, após ficar em 1,17% em novembro. Com isso, fechou o ano em 10,42%, a maior prévia desde 2015 (10,71%).
Em dezembro de 2020, a taxa registrada foi de 1,06%. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O IBGE ainda vai divulgar, em janeiro, o IPCA, que é a inflação oficial. A alta dos preços vai ultrapassar muito a meta do Banco Central, que é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, ou seja, podendo variar entre 2,25% e 5,25%. Quando isso acontece, o presidente do Banco Central precisa escrever uma cartão para explicar por que a inflação não ficou na meta.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, sete apresentaram alta em dezembro. O maior impacto (0,5 ponto percentual) e a maior variação (2,31%) vieram mais uma vez do grupo dos transportes, que encerrou o ano com alta acumulada de 21,35%, influenciado principalmente pela alta nos preços dos combustíveis.
Segue a lista completa:
Transportes: 2,31%
Artigos de residência: 1,19%
Vestuário: 1,10%
Habitação: 0,9%
Despesas pessoas: 0,51%
Alimentação e bebidas: 0,35%
Comunicação: 0,15%
Educação: 0%
Saúde e cuidados pessoais: – 0,73%
A gasolina (3,28%) contribuiu com o maior impacto individual (0,21 ponto percentual) no índice do mês.
Além disso, os preços do etanol (4,54%) e do óleo diesel (2,22%) também registram altas, embora menores do que as de novembro (7,08% e 8,23%, respectivamente).
No grupo habitação, a maior contribuição veio da energia elétrica (0,96%), resultado próximo ao do mês anterior (0,93%). Desde setembro, está em vigor a bandeira tarifária de escassez hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
Os preços do gás de botijão subiram pelo 19º mês consecutivo, acumulando, no ano, alta de 38,07%.
Segundo o IBGE, a aceleração no grupo de alimentação e bebidas se deve principalmente à alimentação em casa, cuja maior contribuição veio do café moído (9,1%).
Os preços das frutas (4,1%) e das carnes (0,9%) também subiram em dezembro, após terem registrado recuo em novembro. Também houve alta nos preços da cebola (19,4%).
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de novembro a 13 de dezembro de 2021 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de outubro a 12 de novembro de 2021 (base).
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
Em nota divulgada em seu site, o IBGE informou que o processo de mudança do Datacenter, iniciado na sexta-feira (17) ainda está em andamento e “impediu a disseminação das seguintes informações do IPCA-15/IPCA-E: acumulado no ano/12 meses para as localidades, pesos dos subitens nos resultados regionais e texto com análise do resultado mensal por localidade”.
“Essas informações serão divulgadas tão logo o Datacenter do IBGE retorne à normalidade”, acrescenta o comunicado.
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