Moro mente ao comparar Lula e Bolsonaro

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Foto: Cristiano Mariz/O Globo

O ex-juiz Sergio Moro acusou Bolsonaro e Lula de deixarem “recessão” como legado. No caso de Bolsonaro, até pode vir a caber, tudo indica que caberá, mas só quando ele terminar o mandato. Sobre Lula, Moro mentiu, pois seu governo terminou com forte crescimento — quase 8%

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Pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, o ex-ministro Sergio Moro atacou nesta sexta-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que, sob pretexto de obter “governabilidade”, ambos recorreram a esquemas de corrupção e deixaram como legado a recessão econômica.

“Nosso projeto não inclui governabilidade em cima de esquema como mensalão e petrolão. Esses esquemas não nos levaram muito longe. O governo do PT deixou a recessão”, afirmou Moro, em entrevista à Rádio Jornal, no Recife. O governo Bolsonaro, por sua vez, teve “uma série de problema como rachadinhas e desmantelo do combate à corrupção e está também entregando recessão”, disse.

Ontem, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira entrou em recessão técnica — dois trimestres seguidos de contração —, com a queda de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior. Nos governos petistas, o quadro de recessão foi registrado durante o segundo mandato da então presidente Dilma Rousseff.

Moro afirmou que o brasileiro não pode ser obrigado a escolher entre Lula e Bolsonaro. “O eleitor terá outras alternativas. O futuro não será tão trágico”, disse. Nas pesquisas de intenção de voto recentes, o petista e o atual presidente lideram as preferências do

O ex-ministro afirmou que está trabalhando na construção de um projeto sólido para economia em parceira com o economista Afonso Celso Pastore, mas que o combate a corrupção está em seu DNA. “Quando vi que o presidente [Bolsonaro] não dava bola para esse projeto, eu saí”, afirmou. “Não tive apoio do presidente”.

No domingo, Moro estará no Recife para lançamento do seu livro de memórias.

Moro não respondeu diretamente aos ataques desferidos por Bolsonaro ontem durante “live” em suas redes sociais, quando presidente o chamou de “palhaço” e “mentiroso deslavado”. “Não vou entrar no campo das agressões”, disse o ex-juiz. No entanto, Moro reiteirou, conforme conta em seu livro, que Bolsonaro comemorou a soltura de Lula por entender que isso o beneficiava politicamente. “Todo mundo em Brasília sabe disso”, afirmou o ex-ministro.

Moro ainda criticou a gestão do presidente na pandemia e disse que Bolsonaro não defendeu a execução da pena após decisão em segunda instância, se omitindo sobre o assunto. O tema deve voltar a discussão no Congresso na próxima semana, em votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) de emenda que a restabelece o procedimento.

Moro afirmou também que em seu eventual governo não vai ofender jornalistas nem tampouco defender o controle social da mídia. “Um país livre depende da liberdade de imprensa e os jornalistas têm que ser valorizados”, afirmou.

Moro disse que o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa é um grande quadro brasileiro e que conversou com ele para ouvir sugestões. Ele afirmou, no entanto, que ainda é cedo para falar de composições e candidaturas. “Estamos apenas conversando.”

Valor Econômico 

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