Possibilidade de aliança com Lula revitalizou Geraldo Alckmin

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Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

O futuro político do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (de saída do PSDB) ainda é uma incógnita na corrida eleitoral de 2022. Do desejo original de tentar mais uma vez o Palácio dos Bandeirantes ainda no ninho tucano, o ex-governador se viu preterido por João Doria, que preferiu apoiar o vice-governador Rodrigo Garcia para o posto. Após meses de negociação – ele já deu como certa a desfiliação do PSDB – Alckmin passou a considerar voos mais altos e é cortejado para se tornar candidato a vice numa chapa presidencial liderada pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Líder na corrida da sucessão estadual segundo as pesquisas de intenção de voto, o debate sobre trazer seu nome para o cenário nacional acabou adiando a decisão sobre seu destino em 2022.

Hoje, o quase ex-tucano dispõe de um leque amplo de convites e cartas na mesa para as próximas eleições, cortejado por ao menos quatro legendas — três anos após seu resultado pífio nas eleições de 2018, quando obteve pouco mais de 4% dos votos, apesar da coligação ampla que o apoiava numa das campanhas mais ricas e com maior tempo de TV à época.

Antes que as tratativas com Lula se tornassem públicas, Alckmin já vinha cumprindo agenda de pré-candidato ao governo paulista, participando de eventos para discutir propostas para o Estado. Nesse cenário, o ex-governador iniciou negociações para migrar para o PSD ou União Brasil (fusão entre DEM e PSL). Também o PSB, por meio do amigo e ex-vice-governador Márcio França, já vinha negociando com Alckmin. Interessado em ele mesmo disputar o governo paulista, França se converteu num dos principais negociadores da chapa com Lula.

Sem descartar publicamente a possibilidade de sair para governador, o tucano passou a dialogar com o ex-presidente Lula em julho. Adversários no passado, tendo inclusive disputado o segundo turno um contra o outro em 2006, ambos se mostraram dispostos a firmar uma aliança para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (PL) no ano que vem. Mas esse acerto ainda depende de um acordo sobre qual partido abrigaria o ex-governador.

As primeiras negociações em torno da chapa presidencial surgiram via PSB, mas as tratativas esbarraram na exigência do PSB de que os petistas apoiem França para o governo de São Paulo. Entretanto, o palanque do PT no Estado já é do ex-prefeito Fernando Haddad, que aparece bem posicionado nas pesquisas. Segundo interlocutores, o ex-governador tem dito que o PSB jogou à mesa exigências muito difíceis para selar o acordo.

O ex-governador estuda, agora, a possibilidade de se filiar ao Solidariedade, partido liderado pelo deputado Paulinho da Força. Como mostrou o Estadão, a filiação surgiu como alternativa em uma conversa de avião e vem sendo tratada com sigilo. Dependendo do cenário, porém, pode acabar se concretizando.

Nesta quinta-feira, 9, da Força publicizou nas redes sociais o convite que fez ao tucano e deixou clara a intenção de oferecê-lo como vice para Lula. “Convidei o Alckmin para se filiar ao Solidariedade, com o objetivo de ser candidato a vice do Lula. Se ele quiser, o nosso partido estará de portas abertas”, escreveu.

Para o ex-presidente petista, a vantagem de ter o tucano em sua chapa é angariar votos de uma parcela da população menos à esquerda e mais ao centro e à direita. Em entrevista no mês passado, o petista indicou acreditar que uma dobradinha com o ex-governador de São Paulo iria compor “uma chapa para ganhar a eleição”.

Estadão

 

 

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